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GOSPEL

Em artigo, jornalista acreano não crer que Jesus Cristo tenha nascido no Natal, baseado em evidências

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Cristo Além do Natal

Por Chico Araújo

Nas últimas três décadas, distanciei-me do alvoroço das festividades de fim de ano, onde a hipocrisia e a falsidade, não raro, se aliam ao consumismo desenfreado, revelando o anseio por reconhecimento de multidões. Convencido por estudos históricos e bíblicos, afirmo que o Ressuscitado – o Cristo – não nasceu em 25 de dezembro. Evidências apontam para o outono, entre 6 e 4 a.C., baseadas no censo de Quirino (Lc 2, 1-3) e na presença de pastores nos campos (Lc 2, 8), improvável no inverno rigoroso. Nessa data, o Império Romano celebrava o Sol Invictus, instituído por Aureliano em 274 d.C., e a Saturnália, festa pagã de excessos. A Igreja Católica, no século IV, associou-a ao nascimento do Menino-Deus para cristianizar rituais pagãos, fundindo luz solar com a “Luz do Mundo” (Jo 8,12).

Diante disso, busco meditar sobre Sua Essência, apesar de minhas limitações humanas. Recorro ao livro de Isaías, profecia do século VIII a.C. que abrange julgamento divino contra a injustiça de Israel, promessas de salvação e visões messiânicas. Dividido em seções – capítulos 1-39 (condenação), 40-55 (consolo) e 56-66 (restauração) –, ele nos ensina, nos dias atuais, a confiar em Deus em meio ao caos social, promovendo esperança eterna contra a efemeridade moderna. Zygmunt Bauman, sociólogo, descreve nossa “modernidade líquida” como relações superficiais e consumismo fugaz, ecoando Isaías 40,8: “A erva seca, a flor murcha, mas a Palavra de nosso Deus permanece para sempre”.

O capítulo 53 se torna bisturi para minhas vaidades. No versículo 3: “Era desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e que sabe o que é padecer; como alguém de quem os homens escondem o rosto”. Ele carregava “nossas enfermidades” (v.4), foi “traspassado pelas nossas transgressões” (v.5), e “pelas suas chagas fomos sarados”. Como ovelha muda ante o tosquiador, não abriu a boca (v.7), oprimido e levado ao matadouro. Essa profecia, escrita séculos antes, prefigura a crucificação (Mt 27,12-14), comparável a Filipenses 2, 7-8, onde Cristo “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, humilhando-se até a morte de cruz”. Kierkegaard, filósofo, indaga: “A fé é um salto para o absurdo”, contrastando com nossa superficialidade, onde a reflexão cede à efemeridade digital.

Sociologicamente, em uma era de redes sociais voláteis, Isaías nos convida a relações profundas, como em Provérbios 27,19: “Como a água reflete o rosto, o coração reflete o homem”. Aplicações práticas: priorize oração diária sobre compras impulsivas; cultive empatia ante sofrimentos alheios, curando feridas como Cristo; rejeite o isolamento superficial, construindo comunidades autênticas.

Indago: compreendi a Epifania – manifestação divina – ou, como manada, limito-me a presentes? Verdadeiramente, Cristo habita meu hoje, o dia que importa? Esta reflexão singela, de quem observa o mundo por outros prismas, não critica quem festeja – gosto não se discute –, mas convida a priorizar Sua presença eterna em vidas diárias, tocando o cerne da alma.
*Advogado, jornalista, teólogo, autor de “Quando Convivi com os Ratos” (Editora Social, 2024) e “Sombras do Poder: As Vísceras da Corrupção no Acre na Operação Ptolomeu” (Editora Social, 2025), e “Memórias de Um Repórter – Entre o Mimeógrafo e o Centro do Poder” (Editora Social, 2025). @destacar

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