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RAIMUNDO FERREIRA

“Em busca de identidade” é o tema da coluna desta quinta-feira, 23, do professor e arquivista Raimundo Ferreira de Souza

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EM BUSCA DE IDENTIDADE

Raimundo Ferreira

Flexibilidade nas ações, nas atitudes e no pensamento — esse tipo de prática é que deveria ser considerado importante e necessário. Afinal, o que mais se comenta atualmente é a questão da tolerância e da maneira de aceitar as pessoas e as coisas como elas são.
No entanto, nos dias atuais, esse tipo de comportamento tornou-se um tanto perigoso e, às vezes, até confundido como algo negativo ou agressivo. Agir com tolerância e ser flexível pode ser entendido como ingenuidade e, pior ainda, essa atitude pode ser vista como fragilidade de personalidade. A partir daí, a pessoa já passa a ser rotulada como alguém desorientado, ou até como uma presa fácil para indivíduos mal-intencionados.
Ou seja, devemos buscar um ponto de equilíbrio — algo que nem sempre é fácil —, mas é preciso tentar viver e deixar viver.
Os meios de contato e relacionamento popularmente disponíveis, como as redes sociais, que poderiam contribuir para uma comunicação e convivência mais sadias, infelizmente acabaram por aniquilar a possibilidade de as pessoas se encontrarem, se apresentarem e exercerem suas diferenças, expressando opiniões com liberdade.
Constatamos, na prática, que esse sistema foi tomado de assalto por uma comunidade de “pensadores” autoproclamados donos da verdade absoluta, que, de maneira radical, impedem as pessoas de falar ou emitir opiniões próprias. Os “guardiões da moral e dos bons costumes” estão sempre de plantão — e, junto a eles, aparecem os “aparteadores”, que se unem para atacar os pobres mortais, deixando-os indefesos, sem saber a quem recorrer. Em pouco tempo, esses “pensadores atrevidos” são silenciados — ou, como se diz na linguagem popular das redes, deletados, ou melhor, têm o direito de expressar suas ideias cassado.
Na verdade, essa postura de isolamento e de autoproteção — de se apresentar apenas de forma cômoda, evitando qualquer risco — está disseminada em todos os setores da sociedade atual, especialmente no campo das ideologias políticas.
As pessoas se acomodaram e não demonstram preocupação com os valores humanos, tampouco com a função e a obrigação que cabem a cada ser humano: promover o bem comum.
A maioria acredita estar exercendo essa função ao militar em algum grupo que afirma representar o povo. Contudo, há uma velha história que ilustra bem esse comportamento: a do “partido das bolinhas” e do “partido das listrinhas”. Quem é partidário de um, logicamente, é antagônico ao outro.
Suponhamos que o partido das bolinhas vença uma eleição e que seus apoiadores mais próximos sejam agraciados com cargos e passem a comandar as ações. Esses vencedores, de posse do poder, dificilmente mudarão de ideologia ou aceitarão agregar os adversários simpatizantes das listrinhas. Da mesma forma, se o partido das listrinhas chegar ao poder, jamais acolherá os simpatizantes das bolinhas.
Isso significa que, quando as pessoas se agregam cegamente a um grupo, acabam por se anular como indivíduos. Deixam de contribuir para a defesa dos interesses coletivos e, se pensarmos mais profundamente, deixam até de defender seus próprios interesses. Em outras palavras, perdem suas identidades.

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