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KATIANNY ARAÚJO

Em sua coluna desta terça, 16, a Dra Katianny Araújo informa sobre a importância da integração das células jovens neurais

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Durante décadas, a neurociência sustentou que o cérebro adulto era uma estrutura estática, incapaz de gerar novos neurônios após o desenvolvimento inicial. No entanto, pesquisas recentes revolucionaram esse entendimento, confirmando que a neurogênese — o processo de formação de novas células nervosas — persiste em certas regiões do cérebro mesmo na idade adulta. A principal área envolvida é o hipocampo, estrutura crucial para a memória e a aprendizagem. Mas, afinal, qual a função desses neurônios recém-formados?

Estudos indicam que esses novos neurônios desempenham um papel fundamental na plasticidade cerebral, permitindo adaptações a novas experiências e ambientes. Eles estão diretamente associados à consolidação de memórias, especialmente àquelas de natureza episódica. A integração dessas células jovens em circuitos existentes parece melhorar a capacidade de distinguir entre lembranças semelhantes, um processo conhecido como separação de padrões. Além disso, evidências sugerem que a neurogênese adulta contribui para a regulação do humor, estando ligada a mecanismos de resiliência ao estresse e possivelmente à ação de antidepressivos.

A produção desses neurônios não é constante; é influenciada por diversos fatores. Atividade física, enriquecimento ambiental, aprendizagem desafiadora e interações sociais estimulam sua geração. Por outro lado, estresse crônico, privação de sono, idade avançada e inflamação podem suprimi-la. Essa sensibilidade a condições externas e internas reforça a ideia de que a neurogênese adulta é um mecanismo adaptativo, essencial para a manutenção das funções cognitivas e emocionais.

A descoberta tem implicações profundas para a compreensão de doenças neurológicas e psiquiátricas. Distúrbios como depressão, Alzheimer e epilepsia estão associados à redução na neurogênese hipocampal. Investigar como promover a geração e sobrevivência desses neurônios tornou-se uma frente promissora para futuras terapias. Assim, longe de serem meros resquícios do desenvolvimento, os neurônios formados na vida adulta são elementos dinâmicos e funcionais, essenciais para a contínua adaptação e saúde do cérebro.

Fonte: Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), Brasil. Núcleo de Pesquisas Tecnológicas, Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Brasil Departamento de Psicobiologia, Universidade Federal de São Paulo (SP), Brasil. Associação Brasileira de Psiquiatria.

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