Em tempos de angústia, ansiedade e lacração, o professor Raimundo Ferreira aborda o “Relativizando” em artigo

Por estes tempos impregnados pelas angústias e ansiedades,
onde as disputas acirradas por auto-afirmações e razões infalíveis estão buscando espaço a qualquer custo, onde muita gente está ávida para encaixar a argumentação perfeita e impor a malfadada ‘lacração’, contra-argumentando e tentando fixar suas marcas, de certo modo, estas ansiedades coletiva parece está presente em todos os setores da sociedade, até mesmo na esfera da política, pois, observamos discursos e atitudes de representantes defendendo a prática do relativismo, e de certa forma, estas novas definições e comportamentos estão tornando sem feito regras consagradas que sempre valeram, teorias que sempre foram seguidas e estão desmistificando conceitos que até então eram permanentes. Todavia, o fato curioso a ser observado é que as normas e conceitos consagrados estão sendo descaracterizados e nada aparece em substituição. Falando sobre essa curiosa situação da mudança de foco, onde quase tudo está perdendo status, ou caminhando para ser relativizado e ter a credibilidade ameaçada, recordamos uma das cenas do documentário ‘Einstein e a bomba’, quando Einstein ainda estava exilado no interior da Inglaterra e um curioso perguntou se ele poderia explicar de forma simples para uma pessoa comum, o que era a ‘lei da relatividade’, aí ele olhou para o cidadão e disse, ‘se um homem conversasse por uma hora com uma linda moça sentado em um banco da praça, esse tempo parece que durou apenas um minuto, mas se um homem demorasse um minuto sentado em um fogão aquecido, esse tempo parece que durou uma hora, isso é relatividade’, ou seja, dependendo da circunstância , o tempo poderá ser observado, sentido, considerado e experimentado de forma diferenciada e consequentemente descrito por alguém, dentro de parâmetros e de circunstâncias que a pessoa experimentou e entendeu, em síntese, as explicações sobre o que ocorre e como ocorre, no que se refere ao momento e ao espaço temporal, são relativos. No entanto, sobre os casos do relativismo que estamos observando acontecer em várias situações e circunstâncias, juntos aos hábitos e costumes tradicionais da sociedade brasileira, os agentes do poder público responsáveis por possíveis mudanças, precisam agir com cautela e muita responsabilidade, pois, muitos destes conceitos, hábitos e costumes, são tradições  centenárias.