GERAL
Emenda do deputado Velloso impulsiona mestrado da UFAC em Xapuri e Universidade celebra resultados
Pela primeira vez desde sua criação em 2014, o Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Acre sai da capital e chega ao interior. A turma de mestrado em Xapuri, que encerra agora o primeiro ano letivo com 25 alunos, representa mais do que uma expansão geográfica, é uma mudança no perfil de acesso à formação stricto sensu no Acre. O que viabilizou essa ação foi a emenda parlamentar de R$ 1 milhão destinada pelo deputado federal Eduardo Velloso.
Lúcia de Fátima Melo, vice-coordenadora do programa e professora da UFAC há mais de 30 anos, destaca o caráter inédito da iniciativa. “O mestrado em educação funciona desde 2014, mas sempre com turmas no campus sede, em Rio Branco. Até então nós não tínhamos ofertado nenhuma turma fora do município. No ano passado, fomos consultados sobre a possibilidade de ofertar uma turma flexibilizada para atender Xapuri. De pronto, aceitamos esse desafio de, pela primeira vez, trazer uma turma para funcionar fora da nossa sede”, relata.
A professora enfatiza o pioneirismo da experiência. “Essa turma do mestrado aqui de Xapuri tem esse pioneirismo. É uma experiência inovadora. É uma experiência que a gente compreende que tem um alcance social de grande monta. Temos cursando atualmente 25 mestrandos, que são da zona urbana, da zona rural, aqui do município de Xapuri”, destaca.
O perfil diversificado dos alunos chama atenção. “São professores da educação básica, da rede municipal, da rede estadual, professores do Instituto Federal, do IFAC, da educação profissionalizante. Atende vários níveis e modalidades de ensino. A gente sabe que historicamente a pós-graduação tem sido privilégio para poucos. Trazer uma turma para atender esse público tão diversificado é um motivo de satisfação, é uma forma da gente democratizar a pós-graduação”, avalia Lúcia de Fátima.
Para a universidade, a turma de Xapuri funciona como laboratório de uma política que pode se expandir. “Nós estamos muito satisfeitos com os resultados que a gente tem obtido aqui no município de Xapuri ao trabalhar com essa turma. Hoje estamos encerrando o ano letivo de 2025. Todas as disciplinas que eles tinham que fazer de caráter obrigatório já foram concluídas. Agora têm mais um ano para produzir o texto final da dissertação e defendê-la”, informa.
A vice-coordenadora reforça o alinhamento da iniciativa com os princípios da universidade pública. “Nós somos defensores do ensino público, da escola pública, da universidade pública. Ter esses mestrandos com esse perfil vem de encontro com aquilo que nós defendemos para a expansão da pós-graduação aqui na nossa região. É de fato a socialização, a expansão da pós-graduação stricto sensu. Poucos são aqueles que historicamente tiveram essa oportunidade. E Xapuri está tendo essa oportunidade”, celebra.
Segundo ela, a experiência pode redefinir o mapa da pós-graduação no estado. “Não é fácil a expansão da pós-graduação stricto sensu, porque ela tem regras muito rígidas, definidas pela CAPES. Mas mesmo assim, considerando que a gente precisa diminuir essas assimetrias, diminuir essas diferenças que existem relativas à regionalização, isso faz com que todo corpo docente do nosso programa tenha abraçado a turma”, afirma.
A vice-coordenadora destaca a satisfação dos alunos. “Pelas conversas que a gente tem com a turma, eles estão extremamente satisfeitos, estão se empenhando o máximo para fazer o melhor. E quem ganha com isso é Xapuri, é a população de Xapuri, é a escola pública de Xapuri, e a universidade pública cumprindo sua função social, que é a expansão do ensino”, resume.
O papel da emenda parlamentar foi decisivo para a concretização do projeto. “Uma questão que é fundamental na pós-graduação stricto sensu é o financiamento. Se nós não conseguirmos financiamento, não tivermos fontes de financiamento, a gente não tem como se expandir. Nesse movimento que envolve a questão do financiamento, foi de grande relevância, de grande importância a emenda parlamentar que foi colocada para execução dessa turma aqui em Xapuri pelo deputado Eduardo Velloso”, reconhece Lúcia de Fátima.
Ela prossegue: “Nós reconhecemos que é um deputado comprometido, que tem um olhar voltado para as causas sociais e, dentre essas causas sociais, a educação. Ele encampou esse movimento, ele colocou essa emenda para a universidade, confiou no trabalho da Universidade Federal, que aplica esses recursos da forma mais transparente possível. Por conta disso, nós estamos executando essa turma aqui no município de Xapuri, porque contou com essa emenda parlamentar, com esse financiamento que foi direcionado pelo deputado federal Eduardo Velloso para atender a pós-graduação stricto sensu, mestrado em educação”.
Para o deputado Eduardo Velloso, a emenda dialoga com a convicção de que educação é o caminho mais seguro para transformação social. “Investir em formação de professores é investir na base de tudo. A universidade precisa estar onde as pessoas estão. Quando você leva um mestrado para o interior, você está dizendo que acredita no potencial daquele lugar, daquelas pessoas. Xapuri merecia essa oportunidade, e a UFAC mostrou que tem competência para fazer acontecer”, afirma.
O parlamentar destaca ainda a perspectiva de continuidade. “Essa é uma política que precisa se expandir. Se funciona em Xapuri, pode funcionar em outros municípios. A ideia é que a gente possa, junto com a universidade, pensar em novas turmas, em novos investimentos. Educação de qualidade não pode ser privilégio de quem mora na capital”, defende.
A vice-coordenadora do programa demonstrou esperança de que a parceria se estenda. “A gente tem aquela expectativa de que o deputado, que já destinou essa emenda para o nosso programa, possa em algum outro momento destinar novas emendas para a universidade como um todo e que de algum modo possa beneficiar também o nosso programa de pós-graduação em educação. Que ele continue com esse olhar sensível, que ele continue abraçando as causas da educação”, projeta.
A turma de Xapuri conclui o ciclo de disciplinas obrigatórias com a sensação de que um novo tempo está começando no município. Para a UFAC, a experiência comprova que é possível democratizar o acesso à pós-graduação sem perder rigor acadêmico. Para o município, representa a chance de formar uma geração de pesquisadores que conhecem a realidade local e podem propor soluções a partir dela.
Para o Acre, o recado é claro: a interiorização da pós-graduação não é utopia, é política pública viável quando há vontade institucional, competência acadêmica e financiamento adequado. E como resume Lúcia de Fátima Melo, “quem ganha com isso é a população, é a escola pública, e a universidade cumprindo sua função social”.


