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Empreendedor no ramo de pães e doces no Acre já foi morador de rua e só descobriu agora, aos 49, quem é seu pai biológico

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Por Evandro Cordeiro

O hoje micro empreendedor Edjulio Ribeiro Leite, produtor artesanal de pães e doces na cidade de Rio Branco, é um homem de sucesso nos negócios e um evangélico de cuja boca não se ouve outra coisa senão palavras afetuosas. Aos 49 anos garante viver uma paz tão intensa capaz de apagar seu passado bizarro. A sequência de tragédias que marcaram a primeira fase de sua vida se tornou um drama com duração de quatro décadas, pelo menos. Para se ter uma ideia, não foi criado por um pai, foi parar nas ruas e acabou preso. Ao invés de revolta com o que a vida lhe impôs, amoleceu o coração e só ganhou com isso, inclusive prosperidade.

Edjulio Ribeiro em seu ponto comercial (Foto: Arquivo Pessoal)

Edjulio Ribeiro é filho da dona Edite Ribeiro Leite. Nasceu em Xapuri, quando ela não tinha mais que 14 anos. Por razões óbvias, como a pouca idade da genitora, foi entregue à avó, por quem foi criado. Ainda jovem veio para Rio Branco, onde casou-se aos 14 anos com uma moça de 11, com quem teve seis filhos. Não poderia dar certo. O casamento entre os dois adolescentes acabaria menos de 10 anos e ele foi parar no mundo das drogas, mesmo tendo nas costas a responsabilidade pelos filhos ainda crianças.

Morando nas ruas, Edjulio Ribeiro conheceu o fundo do poço. Foi parar em uma cela da penitenciária estadual Francisco d’Oliveira Conde. Resgatado por missões evangélicas, se recuperou e, como se diz dos que se vencem esses infortúnios, virou uma benção. É hoje um pregador do evangelho e, para quem passou fome nas ruas, é um bem sucedido comerciante. Produz pães e doces, entre os canapés, as famosas cocadas do Edjulio. Tem casa e vive sob as bênçãos de uma família com a qual reiniciou a vida.

Edjulio conta que vai tudo bem, sobretudo depois de ele iniciar um acerto de contas com seu passado no que diz respeito a uma figura que nunca teve ao seu redor, um pai. Depois de alguma luta na Justiça conseguiu realizar grátis um DNA para descobrir quem é seu pai biológico. Para sua surpresa, o homem cujo sangue paterno corre em suas veias era sujeito com os filhos de quem conviveu na infância em Xapuri. “Eu brincava de peteca com os filhos dele, sem saber que eram meus irmãos”, conta, emocionado. Segundo o resultado do exame, Edjulio é filho do marreteiro Belmar Veloso, morto há 30 anos, vítima de um crime muito explorado à época pela crônica policial, ao ser assassinado em sua propriedade, nos arredores de Xapuri.

No registro, Edjulio e sua mãe, ao lado o pai biológico que morreu há 30 anos (Fotos: Arquivo pessoal)

De posse do nome do verdadeiro pai, Edjulio diz que viverá o resto da vida em paz, sabendo quem lhe trouxe ao mundo, finalmente, além de ter ganhado ‘novos’ irmãos. A rigor, todos eles receberam com carinho a notícia do DNA, segundo Edjulio. Quanto a mãe ter escondido a história, ele diz não ter nenhum sentimento negativo. “Ela tinha motivos, porque gostava de outra pessoa que não era o meu pai”, diz um filho perdoador.

Edjulio com a mãe, Edite, após o culto (Foto: Arquivo Pessoal)

Essa história de superação na vida Edjulio ele mesmo expôs em sua página no Facebook, contada agora com mais detalhes a reportagem do AcreNews. E vem um segundo capítulo, ele promete. Quer contar como conseguiu escapar do tenebroso mundo das drogas e da vida na rua, para voltar a ter dignidade e o prazer de ser o ‘sacerdote’ de uma família.

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