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Entidades repudiam caso de racismo ocorrido dentro de delegacia no Acre: “Não iremos tolerar”
Por Wanglézio Braga
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AC) e Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado Acre (Adepol) soltaram nota de repúdio contra o ancião, de 69 anos, classificado como evangélico e bolsonaristas, que teria manifesto prática racista ao delegado Samuel Mendes dentro da Delegacia da 2ª Regional, localizada no bairro Cidade do Povo nesta terça-feira (03).
O homem de iniciais R.L.R foi indiciado por crime de racismo. Ele recebeu voz de prisão dentro da delegacia da qual buscava atendimento. Segundo relato do próprio delegado, o nacional teria insistido em buscar atendimento por um “delegado branco”. Em sua justificativa pífia, o acusado disse que não tinha intenção de destratar ninguém, que era evangélico e que não tinha costume de fazer tal prática.
Após a notícia se espalhar pelo país. As instituições locais repudiaram, via nota, o ato racista. A OAB manifestou pela Comissão de Igualdade Racial e Direitos Humanos.
“A OAB/AC, por meio das Comissões de Igualdade Racial e Direitos Humanos, vem a público repudiar todas as formas de discriminação, independentemente de quem parta a ofensa e de quem seja o ofendido (….) Frases e comentários de cunho racista, a recusa em ser atendido por pessoas pretas, ironias e racismo recreativo são profundamente lamentáveis e não devem ser mais tolerados e naturalizados. A sociedade precisa e deve avançar para uma reflexão profunda no combate ao racismo e à todas as formas de discriminação. O episódio que envolveu o delegado negro reforça o racismo estrutural enraizado em nossa sociedade através dos séculos. A postura do cidadão deve ser investigada com todo rigor. Não podemos aceitar que o racismo seja algo corriqueiro e tolerado em nossa sociedade atual”, diz a nota assinada pelo presidente Rodrigo Aiache.
Quem também se manifestou foi a Adepol que ressaltou no documento que “a discriminação racial é ato inaceitável e deve ser combatido com os rigores da Lei, que, por sua vez, preceitua ser crime, inclusive, inafiançável”. “Não podemos nos calar diante de qualquer ato discriminatório que atente contra a dignidade da pessoa humana e sua honra direta e indireta”, acrescenta trecho da nota assinada por Marcus Cabral.
Por fim, a Adepol reafirma que “não iremos tolerar qualquer ato criminoso, cujo repúdio é inerente a todas as esferas sociais e institucionais, especialmente na atual conjuntura que vive a história mundial, ao passo que afirmamos o compromisso da igualdade étnico-racial, de gênero, especialmente contra um profissional que diariamente exerce o seu ofício no combate à criminalidade de qualquer natureza pelo bem social comum”.