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CULTURA & ENTRETENIMENTO

Bujariense tem obra premiada no 7° Salão Hélio Melo de artes visuais

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Mardilson Machado Torres, “A Cura” foi uma das premiadas da noite – Foto: Fotos Arquivo da Família

Um dos maiores artistas visuais do Acre, Mardilson Machado Torres, popularmente conhecido como Tito, teve seu talento reconhecido durante um evento realizado na noite desta segunda-feira (12), onde sua grande obra denominada “A Cura” foi uma das premiadas da noite.

O evento foi realizado pela Associação dos Artistas Plásticos do Acre (AAPA), através da Lei Aldir Blanc (lei de incentivo à cultura) e contou com a participação de pelo menos 88 artistas dos mais diversos municípios do Acre, resultando em um grande quantitativo de obras (em média 120). Deste total, apenas as 16 melhores obras foram selecionadas e o prêmio, além do reconhecimento os artistas receberam o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) cada e mais 5 títulos de menções honrosas no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais).

Mas, em se tratando da obra que mais nos chamou a atenção, podemos dizer que foi o curinga da noite. Isto porque a obra “A Cura” retrata com grande clareza a realidade em que enfrentamos em todo o país e principalmente no Acre onde se destaca as situações difíceis que o estado enfrentou e enfrenta, como por exemplo: os transbordamentos dos rios e igarapés, crise migratória na fronteira com o Peru, a pandemia, a sobrecarga da saúde e outros.

A redação do site 3 de Julho Notícias entrou em contato com o artista Mardilson, que nos explicou como surgiu  ideia de criar uma obra que alcançasse estas proporções, desde o Sistema manipulador que atua no Brasil até as pequenas atitudes de amor ao próximo que fazem toda a diferença, inclusive faz com que acreditamos que nem tudo está perdido.

De acordo com o bujariense, ele ficou dias pensando que obra seria ideal para ser apresentada e vem em sua mente aquilo que tem acontecido tanto no Brasil como no nosso Estado, a maneira como o homem (quando nos referimos ao homem estamos falando da humanidade) está agindo no seu no seu habitat e principalmente como tem agido em desconformidade com a natureza.

“Bem no centro da obra eu pintei um espiral e nele tem várias cenas do homem sendo manipulado, onde aparece a mão que retrata o sistema, e este homem retratando bem o Homem Vitruviano que é uma obra do Leonardo da Vinci e é mais ou menos uma releitura e este homem é corrupto, egocêntrico, com uma pasta saindo dinheiro pelas bordas e a gente vê ele tocando fogo na floresta com uma das mãos (pois ele têm vários braços ) e vemos alguns animais já mortos com o fogo invadindo a floresta, por outro lado tem ele tomando uma coca cola e comendo sanduiche e essa parte dele é uma parte obesa que é o homem moderno que se alimenta de comidas de fast food, mostra também ele poluindo o ambiente e aí é uma prática do ser humano, gosta de sujar tudo! Então está é a situação do homem com a natureza, como ele reage no mundo, diante das pessoas”, destacou.

Além desta representação do homem há também a questão da pandemia que tem atingido todo o mundo, a obra retrata também o caos e o medo, onde o artista cita uma passagem de autoria do sociólogo e filósofo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia, Zygmunt Bauman, que diz que vivemos em um mundo líquido em que as coisas correm pelas mãos, tudo é rápido.

“A gente vive nesse mundo do medo, da insegurança, do terror. Retrata ainda a alagação que ocorreu aqui no Acre, é possível ver umas casas alagadas, tem também esse ato solidário do médico consultando uma criança dentro d’água. Já saindo deste espiral aí já tem a parte da cura, propriamente dita, tem os índios isolados, tem um indiozinho em cima de uma onça, que é a relação do homem com a natureza vivendo em harmonia que é o que nós devemos ter esse nosso elo com a natureza, deve ser harmônica e não de disputa ou agressão, vemos também o mesmo índio soprando o líquido de bolhas onde as bolhas são planetas do nosso sistema solar, por outro lado já temos um catador de recicláveis que auxilia na limpeza de onde vivemos, é na verdade uma permacultura, onde as pessoas vivem em aldeias e vilas”, explanou o artista sobre sua obra.

Em se tratando da cura, Mardilson cita alguns recursos extraídos da natureza como como chás naturais que se ingeridos ajuda na limpeza do organismo e também tem um indígena com o maracá.

“Temos o shaman, dando ayahuasca, o santo daime para algumas pessoas, na obra têm pessoas caídas outras expurgando e bem no centro da tela tem uma pessoa meditando que é uma prática de origem nas tradições orientais, mas que já está comum aqui no ocidente, temos também um beija flor apontando para o coração, representando a cura, tem também uma garotinha regando o coração para florescer, temos ainda um outro homem tirando a sandália dos pés para dar para uma criança de rua, já tem um garotinho com um guarda chuva protegendo o cachorro da água e por fim tem aquela cena que impressionou todos nós daquele haitianozinho cumprimentando a polícia que estava ali fazendo a resistência. Então é assim, a obra retrata um homem doente alienado por conta deste sistema que é este espiral da morte, mas aí por fora desses espiral já tem essas boas práticas que é essa mudança radical de comportamento e a cura para a humanidade. Esse foi um trabalho muito pensado, eu passei vários dias para saber colocar em cada parte da tela uma representatividade de algo em que estamos vivendo, foi mais voltada para esta cura universal”, concluiu Mardilson Torres.

O Salão Hélio Melo é um evento já consolidado no calendário cultural do estado e reúne artistas de vários municípios, com propósito de difundir as artes visuais do Estado do Acre, dando oportunidade aos artistas de mostrarem suas produções mais recentes. Iniciado em 2004, tem desde seus primórdios a função de incentivar a produção artística-visual em diversas categorias.

Os eventos contam com premiações em duas categorias: a Bidimensional, que envolve pintura em telas, desenhos, gravuras, aquarelas, impressões e fotografias; e a categoria Tridimensional, sendo elas as esculturas, objetos e instalações. Além disso, serão distribuídos prêmios de Menção Honrosa (no Salão Hélio Melo) e Revelação (no Salão dos Novos).

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