Escolas rurais do Acre em debate: oposição denuncia abandono e governo diz que isso é resistência à mudança

Foto: Manoel Moraes, líder do Governo

A situação precária do ensino rural no Acre, exposta em rede nacional pelo programa Fantástico, incendiou o debate na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (10). A denúncia de que estudantes da Escola Rural do Limoeiro, em Bujari, estão utilizando um curral como sala de aula gerou uma enxurrada de críticas da oposição à gestão estadual.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) foi um dos primeiros a se manifestar, afirmando que o abandono das escolas rurais se tornou uma “regra” no Acre, com denúncias que se estendem de Marechal Thaumaturgo a Sena Madureira. Magalhães refutou a ideia de que a situação no Bujari seria uma exceção, citando diversas denúncias de falta de transporte escolar e professores em várias localidades.
“Domingo, o Acre e o Brasil assistiram a uma matéria no programa Fantástico tratando das condições de ensino rural como recorte para uma situação específica no município do Bujari, numa escola de responsabilidade do estado do Acre. Aquele recorte e aquela matéria, apressaram-se os apagadores de incêndio, os bombeiros do governo, de tentar passar uma ideia de que era uma exceção. Se tivermos o mínimo de honestidade política neste plenário, somos testemunhas neste semestre de falas da deputada Antônia Sales, do deputado Emerson Jarude, da deputada Michele, do presidente da Comissão de Educação, Gilberto Lira, de vários deputados, inclusive do nosso vice-líder do Eduardo Ribeiro. É regra o abandono que a Secretaria de Educação faz ao ensino rural do estado do Acre”, declarou o parlamentar.
A deputada Michelle Melo (PDT) corroborou as críticas, atacando a gestão do governador Gladson Cameli e classificando-a como uma administração que “não executa”. Ela ressaltou que as denúncias sobre a precariedade das escolas rurais chegam desde 2023, sem que nenhuma providência tenha sido tomada. “Não é uma exceção, essa é a regra das nossas escolas. É um Executivo que não executa. É um Executivo que não trabalha”, pontuou a deputada.

Edvaldo Magalhães, líder da oposição