“Eu sou favorável ao fim da reeleição para o executivo”, revela o senador Márcio Bittar

O senador acreano Márcio Bittar (UB) é um dos mais entusiasmados no Congresso Nacional na defesa do fim da reeleição. Ele tentou não misturar esse assunto com o recém-pedido de criação de CPI dos Correios, mas o fim da reeleição se equipara em importância e ele segue assediado pela imprensa, que busca os dois assuntos.
O instituto da reeleição foi aprovado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso e o modo como foi aprovado é questionado até hoje. Parlamentar desde 1994, quando se elegeu deputado estadual no Acre, Bittar passou a ser opositor dessa proposta desde muito cedo. Segundo ele, “está aprovado no Brasil que, com a reeleição, quem se elege prefeito, governador ou presidente da República, já
começa o primeiro dia do mandato pensando na reeleição”. Isso, para Bittar, acaba condicionando a composição
dos governos.
Bittar entende que a lógica não é a gestão e o resultado da gestão, “a lógica passa a ser tudo aquilo que
deve ser feito para garantir a reeleição”. E acrescenta: “Então, além do outro argumento muito forte, que é o uso da máquina pública, que é muito difícil, é humanamente muito difícil que aquele que está na máquina não a utilize, claro que um de forma escrachada, exagerada, mas acaba com uma
forma mais branda ou não, mas acaba usando a máquina”.
Com relação a mandato de deputado federal, para Bittar é menos importante.
“Isso aí eu estou aberto a ouvir, a conversar. Eu não tenho uma posição formada com relação a isso não. Em princípio, acho que está de bom tamanho o mandato no tempo que está. Mas o que eu tenho convicção é o fim da reeleição no cargo de executivo”, finalizou.