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EUA x Maduro: Venezuela tem arsenal militar defasado e com problemas
O governo Trump deslocou três navios de guerra para o sul do Caribe, próximo à costa venezuelana, sob a justificativa de conter cartéis de drogas, enquanto Brasília denuncia Maduro como “presidente ilegítimo”, “fugitivo” e “chefe de cartel narcoterrorista”. Os Estados Unidos chegaram a oferecer recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, que também é acusado pelo Departamento de Justiça norte-americano de conspiração com narcoterrorismo e tráfico de drogas.
Especialistas consultados pelo G1 consideram improvável um bombardeio em solo venezuelano, atribuindo à presença norte-americana um caráter dissuasório e de pressão pontual, e não de mudança de regime. Para o professor Vitelio Brustolin, da UFF e pesquisador em Harvard, o objetivo é sinalizar capacidade de ataques precisos, sem ordem pública para derrubar o governo.
Segundo o “Balanço Militar 2025” do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), as Forças Armadas da Venezuela operam com “capacidades restritas” e sofrem “problemas de prontidão” devido a sanções internacionais, isolamento regional e crise econômica de longa duração. O orçamento de Defesa foi de US$ 640 milhões em 2024 — apenas 0,07% do norte-americano e 2,5% do brasileiro — e o país mantém parcerias militares com China, Rússia e Irã.
O efetivo totaliza 123 mil militares distribuídos entre Exército (63 mil), Marinha (25,5 mil), Força Aérea (11,5 mil) e Guarda Nacional (23 mil), além de cerca de 5 milhões de milicianos bolivarianos. O arsenal conta com 844 tanques e blindados, 545 veículos de artilharia, 95 navios de patrulha, 2 fragatas, 2 submarinos, 79 jatos (F-5, F-16, Su-30 e K-8W), 9 helicópteros de ataque e sistemas de defesa aérea S-300. O país também opera drones iranianos (Mohajer 2 e Mohajer 6), mísseis hipersônicos de curto alcance, e produz internamente o Ansu-100 com tecnologia iraniana. Embraer Tucanos EMB-312 completam a frota, mas a falta de peças e orçamento compromete reparos, reduzindo a prontidão de aeronaves e embarcações.
Em contraponto, Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para “defender a pátria” contra a “renovação das ameaças” dos EUA. O presidente prometeu reforço de mísseis e rifles às “forças trabalhadoras” e convocou milícias em fábricas e locais de trabalho, elevando o custo político de qualquer ação externa e reforçando a coesão interna.
Com informações do G1