ACRE
Ex-presidiário se torna exemplo de ressocialização ao ensinar marcenaria a quem ainda cumpre pena
Por Janes Peteca
No dia de hoje, Manuel Glorivald, de 48 anos, ganha destaque por sua notável trajetória de ressocialização. Após cumprir uma sentença de seis anos no sistema penitenciário, ele conquistou sua liberdade e construiu uma nova vida ao se dedicar à marcenaria. Atualmente, Glorivald trabalha como instrutor na mesma marcenaria em que se qualificou durante seu período de detenção, auxiliando outros reclusos em seu caminho de reabilitação.
Após ser condenado e passar por um período de reclusão, Glorivald decidiu aproveitar as oportunidades de educação e capacitação oferecidas no sistema prisional. Durante seu tempo na cadeia, ele concluiu um curso de marcenaria, adquirindo habilidades valiosas na área. Essa experiência se tornou um ponto de virada em sua vida, fornecendo-lhe uma profissão e a chance de uma nova perspectiva.
Desde que recuperou sua liberdade, Glorivald continua trabalhando na marcenaria que integra o sistema penitenciário, demonstrando o sucesso de programas de reintegração como o oferecido pelo estabelecimento. Demonstrando comprometimento e paixão por seu ofício, ele agora dedica três dias da semana para ensinar suas habilidades aos demais presos.
A atuação de Glorivald como professor na marcenaria tem impacto significativo na vida de seus alunos, fornecendo-lhes uma oportunidade real de aprendizado e crescimento. Além de adquirirem conhecimentos técnicos na área, os reclusos também têm a chance de desenvolver habilidades sociais, trabalho em equipe e disciplina. A atividade se mostra fundamental para a ressocialização e redução da reincidência criminal.
Em uma entrevista exclusiva, Glorivald compartilhou suas motivações e perspectivas para o futuro: “Acredito que cada pessoa merece uma segunda chance. A marcenaria me deu uma nova vida e agora estou comprometido em ajudar meus colegas de prisão a encontrarem seu próprio caminho para a reabilitação. Quero que eles saibam que é possível construir um futuro melhor.”
O exemplo de Manuel Glorivald destaca a importância de programas de capacitação e reintegração no sistema prisional, que podem transformar vidas e contribuir para a redução da criminalidade. Sua dedicação em compartilhar seus conhecimentos e experiências mostra que a reabilitação é possível e que todos merecem uma chance de reconstruir suas vidas após o cumprimento de suas penas.
À medida que Manuel Glorivald continua seu trabalho na marcenaria, ele segue inspirando e oferecendo esperança a todos aqueles que buscam uma oportunidade de recomeço. Sua história é um lembrete poderoso de que é possível superar obstáculos e construir uma vida melhor, mesmo diante de desafios aparentemente intransponíveis.
O reeducando que se destaca no manejo de abelhas e colheita de mel
No sistema penitenciário do Acre, um reeducando tem chamado a atenção pelo seu trabalho com apicultura, tornando-se motivo de orgulho para a instituição. Com 30 anos de experiência no manejo de abelhas e colheita de mel, seu Geraldo, de 60 anos, compartilha seu conhecimento com outros detentos na Unidade Prisional 4 (UP4).
Antes de prosseguirmos com a matéria, é importante destacar que obtivemos autorização do diretor presidente do sistema penitenciário do Acre, o senhor Glauber Feitosa, para realizar essa entrevista.
Seu Geraldo encontra-se recluso há 5 anos, mas devido ao seu bom comportamento e à legislação que preza pela ressocialização, ele foi designado para trabalhar na horta da UP4. Além disso, ele tem utilizado seu amplo conhecimento na área de apicultura para instruir outros reeducandos.
Emocionado, seu Geraldo ressalta a importância das abelhas para a vida no planeta. Ele afirma que esses insetos desempenham um papel vital na polinização das plantas e na preservação da biodiversidade. Ao falar sobre seu trabalho, o reeducando não consegue conter as lágrimas, demonstrando sua dedicação e paixão pelo ofício.
A apicultura, além de ser uma atividade que gera renda, também contribui para a ressocialização dos detentos. Ao trabalharem com as abelhas, os reeducandos adquirem habilidades técnicas, disciplina e responsabilidade. Além disso, a atividade proporciona um senso de propósito e autoestima, contribuindo para sua reintegração à sociedade.
O trabalho desenvolvido por seu Geraldo e outros reeducandos no manejo de abelhas é um exemplo de como a reinserção social pode ser alcançada por meio do aprendizado de habilidades e da valorização do trabalho. O sistema penitenciário do Acre tem buscado oportunidades de capacitação para os detentos, visando não apenas a punição, mas também a ressocialização e a redução da reincidência criminal.
Esse é mais um exemplo de como o sistema penitenciário pode oferecer oportunidades de transformação e reinserção social, promovendo mudanças positivas tanto para os reeducandos quanto para a sociedade como um todo.
“A reinserção é nosso objetivo maior”, diz diretor da FOC
No sistema penitenciário, o trabalho interno dos presos desempenha um papel crucial na reintegração social, proporcionando-lhes oportunidades de desenvolvimento de habilidades e chances de reconstruir suas vidas após o cumprimento da pena. O diretor do presídio local, Leandro Rocha, compartilhou sua perspectiva sobre a importância dos presos envolvidos em atividades laborais dentro das unidades prisionais.
O diretor ressaltou que a reinserção social é um dos objetivos da lei de execução penal, e a inclusão dos presos no trabalho interno garante uma probabilidade muito maior para sua reintegração social e inclusão no mercado de trabalho. Essa medida tem se mostrado benéfica tanto para os detentos quanto para a Administração prisional e, consequentemente, para toda a sociedade. Ele destacou também que a participação dos reclusos em ocupações produtivas contribui significativamente para a redução da ociosidade e da criminalidade, proporcionando uma rotina estruturada, elementos cruciais para a manutenção da ordem e da disciplina no ambiente carcerário. Nesse contexto, não podemos esquecer da participação ímpar dos Policiais Penais na garantia da ordem e no efetivo desempenho desse trabalho.
Trabalho reconstrói, também, a autoestima, acredita Ademar Neto, do UP4
Nos últimos anos, o debate sobre a reintegração social de presos tem ganhado cada vez mais relevância. Nesse contexto, a inserção de detentos no mercado de trabalho tem sido uma estratégia promissora para reduzir a reincidência criminal e promover a ressocialização. Para entender melhor como essa iniciativa tem sido aplicada na unidade prisional UP4, conversamos com o coordenador Ademar Neto, que compartilhou sua visão sobre os presos que trabalham.
Ademar Neto, um profissional experiente na área penitenciária, destacou a importância do trabalho para os detentos. Segundo ele, oferecer oportunidades de emprego dentro do sistema prisional é fundamental para ajudar na reabilitação e preparação dos presos para o retorno à sociedade. Ele ressaltou que o trabalho não só contribui para a aquisição de habilidades e conhecimentos, mas também auxilia na construção da autoestima e da disciplina.
Ao abordar os tipos de trabalho disponíveis na UP4, Ademar Neto mencionou que são oferecidas diferentes atividades laborais, variando desde oficinas de produção artesanal até oportunidades em setores como agricultura e indústria. Ele enfatizou que a seleção dos presos para essas atividades é criteriosa, levando em consideração aspectos como bom comportamento, interesse e aptidões específicas. Dessa forma, busca-se promover a valorização do trabalho e incentivar o engajamento dos detentos.
Ademar Neto também destacou os benefícios que o trabalho traz para a sociedade como um todo. Ao permitir que os presos exerçam atividades produtivas, a iniciativa contribui para a redução dos custos do sistema prisional e para o aumento da segurança nas unidades. Além disso, o trabalho remunerado dentro da prisão possibilita que os detentos contribuam para o sustento de suas famílias, ajudando a manter laços afetivos e reduzindo os impactos negativos da prisão em suas vidas pessoais.
No entanto, Ademar Neto reconheceu que desafios ainda existem no processo de inserção dos presos no mercado de trabalho. Dentre eles, a estigmatização da sociedade em relação aos ex-detentos, que muitas vezes enfrentam dificuldades para encontrar emprego após o cumprimento da pena. Para superar essa barreira, o coordenador destacou a importância de programas de ressocialização que envolvam não apenas a capacitação profissional, mas também a conscientização da sociedade sobre a importância de dar oportunidades para aqueles que estão em processo de reinserção social.
Conclusão:
A partir da perspectiva do coordenador da unidade UP4, Ademar Neto, fica evidente que o trabalho desempenha um papel crucial na ressocialização de presos. Ao oferecer oportunidades de emprego, não apenas são desenvolvidas habilidades profissionais, mas também são fortalecidos aspectos fundamentais para a reintegração social, como a autoestima e a disciplina. Embora desafios ainda persistam, é fundamental que a sociedade apoie e participe
Glauber Feitosa, o diretor que corre atrás das parcerias para ajudar quem quer mudar depois da cadeia
O diretor-presidente do sistema prisional do Acre, Glauber Feitosa, tem enfatizado o valor do trabalho realizado pelos reeducandos nas unidades prisionais do estado. Ele reconhece que oferecer oportunidades de trabalho é essencial para a ressocialização e reintegração dos detentos à sociedade.
Feitosa destaca que o trabalho nas unidades prisionais permite que os reeducandos adquiram novas habilidades e competências, além de desenvolverem uma rotina produtiva. Isso contribui para a redução da ociosidade e promove uma melhor autoestima e senso de propósito entre os detentos.
Além disso, o diretor-presidente acredita que o trabalho dos reeducandos dentro das unidades prisionais pode auxiliar na sua reinserção profissional após o cumprimento da pena. Ao adquirirem experiência e qualificação durante o período de detenção, os reeducandos têm mais chances de encontrar empregos dignos e se tornarem cidadãos produtivos no futuro.
Glauber Feitosa tem buscado ampliar as oportunidades de trabalho nas unidades prisionais do Acre, buscando parcerias com empresas locais e incentivando a criação de projetos que envolvam a mão de obra dos reeducandos. Ele acredita que o trabalho é uma ferramenta poderosa para a ressocialização e tem se empenhado em promover essa visão no sistema prisional do estado.