RAIMUNDO FERREIRA
“Fazendo amizades”: tema do artigo desta segunda-feira do professor Raimundo Ferreira
FAZENDO AMIZADES
Simpatia e antipatia, jamais conseguirão caminhar juntas, são conceitos antagônicos, e nas relações sociais do cotidiano, quem conseguir se apresentar de forma simpática e ainda implacar a empatia junto às outras pessoas, naturalmente serão acolhidos e protegidos pelas pessoas de grupos recém conhecidos, quem não conseguir encaixar com perfeição essa fórmulazinha mágica, poderá até fazer parte de determinado círculo ou grupo organizado, no entanto, dificilmente será defendido e acolhido com a mesma consideração e respeito dispensados aos recebidos com a equiescência unânime. Evidenciamos esse questionamento porque atualmente, por conta de ideologias diferenciadas observamos que os contatos e relacionamentos entre pessoas recém conhecidas, de certo modo, são julgados, levando-se em consideração as ideias e as formas de pensar que o neófito cidadão apresenta, ou seja, a simpatia, empatia e também a antipatia, são avaliadas em função do recém conhecido comungar ou não com as ideologias consideradas corretas e comuns para o grupo receptor e que obrigatoriamente o novo membro deve se enquadrar. Em síntese, parece que naturalmente estamos contribuindo para construir uma falsa, porém unânime purificação, em torno do que se julga ser a verdade pura e incontestável, e nesse contexto, as pessoas com seus pre-requisitos normais e comuns aos seres humanos, que se compõem de qualidades e defeitos, não são mais parâmetros para avaliação e julgamento de pessoas que poderão fazer parte ou não de algum círculo ou grupo organizado de pessoas que se julgam e acreditam serem autossuficientes em valores acima de qualquer contestação.