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Feijoense acusa vice-prefeito de destruição de obra; Prefeitura alega risco à segurança
Um morador de Feijó, identificado como pai de família com quatro filhos, fez um desabafo emocionado nesta segunda-feira, 13, acusando o vice-prefeito Juarez Leitão e o secretário de Meio Ambiente de ordenar a demolição do seu empreendimento. Segundo ele, o episódio ocorreu em 20 minutos, deixando um prejuízo de mais de R$ 15 mil, fruto de economias e trabalho árduo. A construção, segundo o relato, era destinada a um pequeno comércio de acessórios para celulares.
“Eu sou trabalhador, tenho quatro filhos e uma esposa para sustentar. Peguei o último dinheiro que tinha, investi nesse box para trabalhar e me tiraram tudo em minutos. Isso não foi justiça, foi sacanagem”, desabafou o morador em um vídeo que circula nas redes sociais. Ele afirma que a obra, com 3 metros de largura por 5,8 metros de comprimento, não representava um risco e estava em estágio avançado, com cobertura já instalada.
O morador acusa o vice-prefeito de abuso de poder, alegando que a ordem de destruição teria sido motivada por interesses pessoais. “Ele disse que manda no município porque é vice-prefeito. Chegou no gabinete e falou que, se fosse para me derrubar, a ‘patrol’ passaria com tudo por cima de mim”, relatou.
O desabafo inclui também um apelo direto ao prefeito de Feijó, doutor Railson, para que tome providências. “Prefeito, foi o senhor que colocamos no poder, não o vice. Não deixe ele tomar decisões acima da sua autoridade”, pediu.
O homem reforçou que possui notas fiscais para comprovar os investimentos na construção e testemunhas das reuniões em que foi ameaçado. Ele também declarou que o local demolido não era destinado a atividades ilícitas. “Isso aqui não é boca de fumo, era o meu trabalho. Eu vendo carregadores, capinhas, acessórios. Investi o que tinha, e agora só sobrou o prejuízo.”
O morador ainda apontou que outros imóveis na área de risco não sofreram a mesma fiscalização, insinuando que a demolição seria uma retaliação pessoal. “Todo mundo aqui está na área de risco, mas só mexeram comigo. Foi pura birra.”
O apelo final foi dirigido às autoridades competentes para reverter o prejuízo. Ele expressou confiança na justiça divina, afirmando que a destruição de seu trabalho será compensada no futuro. “O que vocês me tiraram, Deus vai me dar em dobro. O diabo destrói, mas Deus constrói.”
Ao Extra do Acre, por outro lado, a prefeitura de Feijó apresentou sua versão dos fatos, esclarecendo que a demolição seguiu procedimentos legais e foi motivada por razões de segurança. Segundo o órgão, a construção estaria em uma área de risco e apresentava perigo à vida do próprio proprietário, conforme apontado em um laudo geológico.
A prefeitura informou que a situação começou a ser tratada em 2 de janeiro, quando a obra ainda estava na fase inicial, com a construção do alicerce. Na ocasião, houve um diálogo entre o proprietário e a gestão municipal, onde teriam sido apresentadas as orientações sobre a irregularidade da obra.
No dia seguinte, 3 de janeiro, foi expedida a primeira notificação oficial. Apesar das advertências, o proprietário continuou a construção. Em 9 de janeiro, foi emitida uma segunda notificação, solicitando a apresentação de defesa no prazo de 48 horas. Sem receber qualquer resposta, a prefeitura obteve um parecer jurídico favorável à demolição.
Ainda segundo a administração, o imóvel já havia sido alvo de dois pareceres da Defesa Civil, um em 2021 e outro em 2024, ambos recomendando o embargo devido ao alto risco de acidentes.
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