ESPORTE
Fenômenos das redes adversárias
Escrevi um dia desses sobre a importância dos artilheiros no jogo de futebol, de como eles tem o poder, cada vez que balançam as redes, de provocarem um turbilhão de emoções nos torcedores, tanto faz se os que os veem de corpo presente das arquibancadas ou os que os assistem pela TV.
Naquele texto de então, dei ênfase aos dez maiores artilheiros que fizeram a alegria das criaturas fanáticas pelo Fluminense, o tricolor mais lindo da história de todas as galáxias. Caras como Waldo, Fred, Orlando, Hércules, Telê, Welfare, Russo e Preguinho. Goleadores do mais alto nível!
Então, como nem só de pão e circo vive o homem moderno, assim como quem sai na chuva é porque deseja mesmo pegar um resfriado, eis que um chapa meu que leu aquele texto lançou o desafio: nominar, rapidinho e sem titubear, os maiores artilheiros do futebol acreano de todos os tempos.
Tarefa impossível, respondi ao meu dileto parceiro, uma vez que o futebol do Acre, no tempo do amadorismo (isso de mil novecentos e lá vai pedrinha até 1988), embora fosse recheado de craques do mais alto nível, jamais se preocupou em criar esse tipo de estatística. O que é lamentável!
Entretanto, como não existe pedra no meio do caminho que não possa ser removida, me peguei fazendo um exercício de memória sobre os grandes artilheiros do futebol acreano. É certo que não tenho os dados precisos, mas lembro de uns sujeitos que demonstravam verdadeira volúpia pelo gol.
No Juventus recordo de três caras que faziam um gol atrás do outro: Nemetala, ponteiro direito de extrema velocidade; Paulinho Rosas, baixinho de rara técnica, que jogava em todas as posições do ataque; e Ayrton Baú, longilíneo, de estatura avantajada, dono de uma cabeçada pra lá de mortal.
No Atlético, penso que os dois maiores foram Bebé e Ruy Macaco. Ambos, aliás, procedentes da fronteiriça cidade de Brasiléia. Bebé era do tipo do atacante que a gente chama de “tanque”: pesadão e sem mobilidade, mas de arremates mortais. Já o Ruy era do tipo lépido, fagueiro e driblador!
No Independência, além dos aludidos Bebé e Ruy Macaco, teve também o próprio Ayrton Baú. E teve o Tonho, o Bico-Bico, o Antônio Júlio, o Jangito, o Gilito, o Salvador… Esses caras todos, dentro das suas características, eram verdadeiros demônios dentro das áreas inimigas.
Artilheiros que defenderam o Rio Branco? Cito já uma dezena deles: Touca, Bruno Couro Velho, Irineu, Danilo Galo, Gil, Ely, Ronildo, Nino, Petroleiro e Roberto Ferraz. E antes que o espaço acabe, devo destacar dois goleadores de times menores: Catita (São Francisco) e Madureira (Andirá).