GOSPEL
Frei Gilson: veja falas polêmicas do sacerdote envolvido em controvérsias
Líder religioso está envolvido em polêmica entre bolsonaristas e o campo da esquerda
Fenômeno nas redes sociais, Gilson da Silva Pupo Azevedo, o frei Gilson, de 38 anos, tem sido peça central em um conflito que envolve cristãos, bolsonaristas e a esquerda nas redes sociais.
No entanto, nos últimos dias, internautas têm resgatado declarações polêmicas feitas pelo líder religioso, como quando ele disse que as mulheres foram criadas para “curar a solidão do homem” ou na ocasião em que pediu que “os erros da Rússia” não assolassem o Brasil (em uma alusão ao comunismo).
Mulheres
“Essa é uma fraqueza da mulher: ela sempre quer ter mais. Eu não me contento só em ser, em ter qualidades normais de uma mulher. Eu quero mais. E isso é a ideologia dos mundos atuais. Uma mulher que quer mais, vou até usar uma palavra que vocês já escutaram muito: empoderamento”, disse o sacerdote em uma das pregações.
“É claro ver que Deus deu ao homem a liderança. Isso está na Bíblia. A guerra dos sexos é ideologia pura. Para curar a solidão do homem, Deus fez você [mulher]. Deus faz uma promessa para Adão: eu vou fazer alguém para ser sua auxiliar. Aqui você já começa a entender a missão de uma mulher. Ela nasceu para auxiliar o homem”, concluiu.
Comunismo
Na live realizada em Brasília, ao lado do também frei, José Lucas, Gilson fez o seguinte pedido: “Não permitais, senhor e rainha de Nazaré, que os erros da Rússia venham a assolar o Brasil, como bem afirmou Nossa Senhora em Fátima”.
Na sequência, o colega do sacerdote complementa: “Livra-nos, mãe de Deus e nossa, do flagelo do comunismo”.
Racismo e “mimimi”
Em outra ocasião, o frei fala sobre o uso do termo “pretinha” para se referir, segundo ele, carinhosamente a uma pessoa.
“A gente tem a nossa querida pretinha aqui. Todo mundo chama ela de pretinha. É o nome que a gente gosta de chamar e aí: É preconceito. É a geração do mimimi, é a geração do dodói, talvez por causa disso, porque os pais estão fazendo seus filhos serem dodóis”, afirmou.
A CNN busca contato com o frei Gilson para comentar as declarações acima. O espaço está aberto.
Citado pela PF
O nome do frei Gilson aparece no relatório da Polícia Federal (PF), que investigou a tentativa de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e aliados.
No documento apresentado em novembro passado, a PF relatou que o frei teria recebido a “oração do golpe”, feita pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco da Paróquia São Domingos, em Osasco, na grande São Paulo.
O texto, compartilhado no dia 3 de novembro de 2022, pedia que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, incluíssem os nomes do então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais quatro estrelas, nas orações.
Embora seja um dos 36 indiciados no caso pela PF, Oliveira e Silva não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Já frei Gilson não foi indiciado pela PF, nem denunciado pela PGR.
Embate
Monitoramento de conteúdos em plataformas digitais e apps de mensagens mostram que o embate entre bolsonaristas e o campo da esquerda, em torno de frei Gilson, ganhou força após o post do ex-presidente Jair Bolsonaro na noite de domingo.
De acordo com a consultoria Palver, que acompanha mensagens em grupos abertos de WhatsApp e Telegram, o crescimento do tráfego teve início no sábado (8), Dia Internacional da Mulher, quando ocorriam 5 menções a cada 100 mil mensagens.
Dois dias depois, o volume se multiplicou por 10 e chegou a 55 menções a cada 100 mil conteúdos. A adesão de políticos apoiadores de Bolsonaro, com forte base nas redes sociais, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), fortaleceu o movimento no campo conservador. Daí também vieram a resposta de parlamentares aliados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dados compilados pela consultoria Bites mostram que o postagem de Bolsonaro sobre frei GIlson foi a com maior número de menções no X. E a polêmica entre esquerda e direita nas redes rendeu frutos ao religioso.