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Gigante da aviação: veja como deve ser a fusão entre Azul e Gol
Companhias assinaram um memorando de entendimento para união dos negócios, de acordo com a informação divulgada nesta quarta (15)
Marcas separadas, cobertura de 90% das rotas aéreas do Brasil e domínio como maior operadora da região. Se confirmada, esse deve ser o resultado da união entre Azul e Gol.
No documento, a empresa que controla a Gol informa que o acordo não vinculante tem “objetivo de explorar uma combinação de negócios no Brasil”.
Se concretizado, o acordo prevê que ambas empresas deverão manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
O que diz o acordo assinado pelas empresas
No documento, a empresa que controla a Gol informa que o acordo não vinculante tem “objetivo de explorar uma combinação de negócios no Brasil”.
O comunicado cita que o acordo é apenas uma “fase inicial de um processo de negociação entre a Abra e a Azul para explorar a viabilidade de uma possível transação”.
O avanço do acordo depende, necessariamente, da concretização do plano de reorganização previsto no processo de recuperação judicial da Gol nos EUA.
Analistas têm destacado que a transação pode ser complexa do ponto de vista regulatório, mas reconhecem que a recente turbulência nos mercados, incluindo a forte desvalorização do real nos últimos meses, pode ter ajudado o negócio a avançar.
O que acordo significa para operações da Gol e Azul
As empresas já operam sob um acordo de cooperação com objetivo de ampliar a oferta de destinos e conveniência aos passageiros.
A Azul e a Gol devem apostar na complementaridade de suas malhas para obter aprovação antitruste. Juntas as áreas detém aproximadamente 90% das rotas são complementares e não sobrepostas.
A frota da Azul inclui jatos regionais da Embraer, além de aviões tanto de corredor único quanto de corredor duplo fabricados pela Airbus. Ao todo são 182 aeronaves. Já a Gol opera apenas o modelo Boeing 737, com uma frota de 138 aeronaves.
Perguntado sobre possíveis preocupações do mercado com fatores concorrenciais, o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, disse em entrevista à Reuters que outras empresas com participações dominantes em seus mercados domésticos, como a Latam no Chile, a Lufthansa na Alemanha e IAG no Reino Unido.
“Esses outros países entenderam a importância de ter uma empresa forte que pode crescer. Especialmente uma empresa forte que compra aeronave local”, afirmou o executivo.
Em nota, a Azul cita que as duas empresas têm quase 90% de rotas complementares no Brasil. Para a Azul, o plano colocaria “o Brasil em um nível maior de força global em um setor altamente globalizado”.
O que acordo significa para os negócios da Gol e Azul
O memorando de entendimentos reforça o interesse da Azul e da Abra em continuar as negociações em relação à proposta de troca de ações e marca o início do processo para a obtenção de aprovações regulatórias, incluindo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Caso implementada a operação, a Azul e a Gol manterão seus certificados operacionais segregados sob uma única entidade resultante listada, sendo esperado que outras áreas sejam combinadas para oferecer mais oportunidades e produtos aos clientes e obter ganhos de eficiência”, afirmou a Azul no comunicado.
Também acrescentou que a Abra e a Azul concordaram com um “princípio comercial de que qualquer combinação resultará em uma alavancagem líquida da entidade combinada que será pelo menos comparável à alavancagem líquida da Gol imediatamente antes do fechamento da potencial transação”.
Caso aprovado, Abra poderá vender até 25% de suas ações, contanto que não seja para concorrentes das empresas. O acordo também prevê uma “poison pill” para compra de 15% da empresa combinada.
As companhias aéreas têm enfrentado dificuldades financeiras nos últimos anos, especialmente depois da pandemia de Covid-19. A maioria foi forçada a reestruturar dívidas e várias entraram em recuperação judicial.
A Gol está em processo de reorganização nos Estados Unidos desde o início de 2024.
Uma combinação de negócios entre as empresas ocorreria após a saída da Gol do processo de recuperação judicial nos EUA. Nesta quarta-feira, a empresa divulgou um novo plano estratégico de cinco anos, estabelecendo bases para a saída do chamado “Chapter 11”, o que deve ocorrer até maio.