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ESPORTE

Gol bonito

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Sábado passado fui almoçar num boteco perto de onde eu moro, no famoso bairro de Copacabana, na Cidade Maravilhosa. Trata-se de um boteco do tipo acanhado, onde as mesas ficam praticamente coladas umas nas outras e, por conseguinte, a gente escuta tudo o que os vizinhos dizem.

As conversas de boteco no Rio de Janeiro dificilmente giram sobre outros temas que não sejam política e futebol. E as opiniões, via de regra, quase nunca coincidem. Cada criatura pensa de um jeito diferente. E todos entendem que a respectiva linha de raciocínio é a mais correta e sensata.

Quando o papo é sobre política internacional, o presidente norte-americano está sempre presente, com a maioria sentando o porrete no homem e nas mais recentes ações dele, como o tarifaço sobre os produtos brasileiros e a iminente invasão dos marines lá deles no território da Venezuela.

Sobre o tarifaço, as vozes até que ecoam num diapasão muito semelhante. Dificilmente existe alguém que concorde com a atitude do mandatário ianque. Já a respeito da invasão da Venezuela, aí as vozes se exaltam, a ideologia entra no meio e quase os sujeitos vão às vias de fato.

Mas o bicho pega mesmo é quando se trata de política nacional. Não existe meio termo. Ou o sujeito é contra ou a favor do status quo. Os bandos, em maior ou menor grau, se dividem em comunistas para a esquerda e fascistas para a direita. O boteco não é ringue, mas por pouco não vira isso.

Um dos lados chama o líder da hora de ladrão, descondenado, pilantra e mais que o valha. O outro dos lados chama o “líder” defenestrado de golpista, assassino, ladrão de joias, traidor da pátria, enviado do demônio e muito mais do que tudo isso. E ninguém abre mão das próprias convicções.

Já quando o assunto é futebol, cada um trata de puxar a brasa da fogueira para a sua sardinha. Para uns, o Flamengo já está com as mãos na taça da Libertadores. Para outros, o mais importante é o Fluminense ganhar a Copa do Brasil. E tem quem ache que para o Vasco basta não ser rebaixado.

Nesse dito sábado ao qual eu me referi lá no primeiro parágrafo, porém, o que me chamou a atenção foi uma discussão sobre o gol mais bonito que cada um dos integrantes da mesa ao lado viu. E aí, meus caros leitores, nenhuma das opiniões coincidiu. Cada pessoa tinha o seu gol preferido.

Enquanto ouvia as opiniões, de cada vizinho de mesa, eu fui tentando eleger o meu gol mais bonito. E lembrei imediatamente de dois: aquele do Pelé dando um chapéu num sueco, na Copa de 1958; e aquele do Nelinho, quando a bola fez uma curva impossível, contra a Itália, na Copa de 1978.

Foi aí que, para encerrar a conversa, alguém se saiu com a antiga frase do centroavante Dadá Maravilha: – Não existe gol feio; feio é não fazer gol!

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