IBGE divulga PIB dos municípios 2023: 79% das cidades brasileiras vivem abaixo da média nacional de riqueza por habitante

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (19), os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros referentes ao ano de 2023. O levantamento, realizado em parceria com órgãos estaduais de estatística, secretarias de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), oferece um raio-x detalhado da produção econômica do país, revelando uma profunda desigualdade regional e uma forte dependência de setores específicos, como o extrativismo mineral e o agronegócio.

De acordo com o relatório, o PIB per capita do Brasil — que é a soma de todas as riquezas produzidas dividida pelo número de habitantes — fixou-se em R$ 53.886,67. No entanto, a realidade da maioria absoluta dos municípios é bem diferente: 4.384 cidades, o que representa 79% do total nacional, apresentam um PIB per capita inferior a essa média. Esse dado evidencia que a riqueza gerada no Brasil está concentrada em poucos polos econômicos de alta produtividade.

O ranking nacional de riqueza por habitante continua sendo liderado, de forma isolada, por municípios com forte atuação na indústria do petróleo. Sete das dez cidades com maior PIB per capita do país estão ligadas diretamente à extração ou ao refino de combustíveis fósseis. A cidade de Saquarema (RJ) ocupa o topo da lista, com um PIB per capita de R$ 722.441,52, seguida por São Francisco do Conde (BA), com R$ 684.319,23, e Maricá (RJ), com R$ 679.714,48. Fora do eixo do petróleo, apenas cidades com forte peso no agronegócio de exportação, como Santa Rita do Trivelato (MT), ou centros logísticos e industriais, como Extrema (MG), conseguem figurar entre os primeiros colocados.

É importante ressaltar que o PIB per capita é um indicador de produção econômica média e não deve ser confundido com distribuição de renda ou qualidade de vida imediata. Um município pode registrar um PIB altíssimo devido a uma única grande indústria ou campo de petróleo, sem que essa riqueza se reverta necessariamente em salários elevados para toda a população local. Contudo, os dados servem como um termômetro essencial para gestores públicos planejarem investimentos e entenderem a dinâmica de crescimento de cada região.

Para os moradores do Acre e de toda a região Norte, os dados permitem uma análise temporal de como as economias locais estão reagindo aos desafios logísticos e ambientais, e como a produção agropecuária e o setor de serviços têm influenciado no fechamento das contas municipais. O mapa completo com a posição de cada uma das 5.570 cidades brasileiras está disponível para consulta, permitindo que cada cidadão acompanhe o desempenho econômico de sua localidade frente ao cenário nacional.