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ACRE

Jornalista César Negreiros chega na parte três de sua crônica sobre a morte anunciada do coronel Plácido de Castro

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CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

César Negreiros

O comerciante Antônio da Silva Rebelo, sócio do estabelecimento comercial, aproximou-se da mesa do coronel Plácido de Castro para contar que o sub-delegado Alexandrino José da Silva tinha passado pelo local na noite anterior, completamente embriagado na companhia do tenente Luiz Sombra. Sem titubear, ele chegou e declarou que “o prefeito lhe dera carta branca para liquidar o dono do seringal Capatará, contanto que fosse fora da cidade”, revelou o médico cearense, no seu livro de memórias. Em seguida, o escritor cearense relata que ao meio dia daquele fatídico 8 de agosto de 1908, saiu da Empresa, Alexandrino com o seu bando de jagunços com destino ao seringal Flor-do-Ouro’. “À tarde, partiram de volta Plácido de Castro e seu irmão Genésio, na companhia do promotor público Barros Campelo e do advogado José Alves Maia, que tinham sido convidados para convalescer nos campos de Esperança, em Capatará”, revela Dr. Esperidião Queiroz.  

Os quatro cavalheiros   pernoitaram em uma barraca em frente à foz do Riozinho (porque seus companheiros não sabiam viajar à noite), mas partiram nas primeiras horas da manhã seguinte, pelo estreito caminho que sobe pela margem direita do Rio Acre, ligando os seringais Riozinho, Benfica e Capatará. “Logo depois de atravessarem, às oito horas da manhã, o igarapé ‘Distração’, na confrontação do barracão ‘Flor-do-Ouro’, situado à margem esquerda do rio de propriedade de Alexandrino José da Silva, defrontou-se Plácido de Castro com a tocaia, que o aguardava. Primeiros dois tiros, um de Mannlicher, outro de rifle 44, atingiram-no o braço esquerdo e o lombo, arrebentando-lhe as duas últimas falsas-costelas esquerdas. Seguiu-se   uma fuzilaria, que não mais o alcançou.

A fuga – Revela que nesse rápido instante, o coronel Plácido de Castro chegou a distinguir Alexandrino, Mateiro e o preto Eugênio, que se afastava do local do cerco.  “Conseguiu galopar ainda mais de um quilômetro, acompanhado de Genésio, que passara antes, sem nada perceber, e do Dr. Campelo, que depois o alcançou. José Maia seguiu a pé, rompendo a mata”, descreve no seu livro de memórias: 11 anos na Amazônia.   “Foi em uma rede que Plácido chegou ao seringal Benfica, de João de Oliveira Rôla, onde, apesar de cuidadoso tratamento, veio a falecer às 4 horas da tarde do dia 11 de agosto de 1908”, encerrava o médico cearense que acompanhou as últimas horas do herói da Insurreição Acreana no leito de morte.

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