GERAL
Jornalistas do Acre participam de treinamento nacional da Marinha para atuação em áreas de conflito e desastres
Curso capacitou profissionais da imprensa de 16 estados e do Distrito Federal; dois acreanos representaram o estado em formação imersiva conduzida pela Marinha do Brasil no Rio de Janeiro
Jornalistas do Acre estiveram entre os 60 selecionados de todo o Brasil para o II Curso de Cobertura Jornalística em Áreas de Combate e em Emergências (II CCJACE), promovido pela Marinha do Brasil, com apoio da Polícia Militar (PMERJ) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Realizado entre os dias 30 de junho e 4 de julho, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o curso reuniu profissionais de imprensa de 50 veículos nacionais e internacionais, além de estudantes de sete universidades.
Representaram o Acre a jornalista Mirlany Silva, do site Folha do Acre, e o jornalista Marcos Jorge, servidor do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC) e correspondente da Revista Xapuri Socioambiental. Ambos participaram de uma formação intensiva, teórica e prática, voltada à capacitação de jornalistas para cobertura em cenários de risco, como situações de conflito armado, desastres naturais, operações de segurança pública e emergências humanitárias.
Capacitação de alto nível
Durante os cinco dias de imersão, os participantes tiveram acesso a um conteúdo abrangente, que incluiu palestras, treinamentos práticos e visitas técnicas. A programação envolveu aulas sobre análise de risco, conduta em ambientes hostis, combate a incêndios, primeiros socorros e técnicas de deslocamento em áreas de conflito.
A agenda contou ainda com simulações conduzidas por tropas especializadas, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), e atividades em ambientes de treinamento do Corpo de Bombeiros, como a “Cidade do Fogo”. Um dos destaques foi o embarque no Navio Doca Multipropósito “Bahia”, o segundo maior navio da Marinha brasileira, com deslocamento feito em carros lagarta anfíbios (CLAnf) do Corpo de Fuzileiros Navais.
Reconhecimento e desafios superados
Para a jornalista Mirlany Silva, o curso foi transformador. “Mesmo sem atuar diretamente em áreas de conflito, o que vivi e aprendi nesta semana será útil por toda a vida. Superei medos e experimentei situações que exigiram calma, confiança e resiliência. Agradeço imensamente à Marinha do Brasil pela oportunidade e pela confiança em minha participação representando o Acre”, destacou.
O jornalista Marcos Jorge ressaltou o impacto da formação no fortalecimento da atuação profissional. “Chegamos ao curso como jornalistas dispersos e, ao final, nos tornamos uma equipe, aprendendo a importância do trabalho coletivo. Tivemos acesso a um universo pouco conhecido pela sociedade civil: o cotidiano das Forças Armadas, especialmente da Marinha, com sua impressionante capacidade técnica, física e organizacional. Foi uma experiência de alto nível, teórica e operacional, que levarei para toda a vida”, avaliou.
Marcos destacou ainda a relevância da representação acreana no curso. “Fomos dois participantes do Acre entre os 60 selecionados entre mais de 260 inscritos. É motivo de orgulho ter levado o nome do estado e mostrado, na prática, a qualidade dos profissionais de comunicação da nossa região.”
Diversidade e integração
O II CCJACE contou com participantes de 16 estados e do Distrito Federal, além de representantes de 12 veículos internacionais e das principais redes de TV, rádios, jornais e portais de notícia do país. A pluralidade foi um dos destaques da iniciativa, que pela primeira vez incluiu representantes da Universidade Federal do Acre (UFAC) e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), reforçando o compromisso com a formação técnica e ética da nova geração de jornalistas.
O encerramento do curso foi marcado por uma palestra do jornalista Marcos Uchôa, com 40 anos de experiência em cobertura internacional, que compartilhou reflexões sobre a atuação da imprensa em zonas de conflito e a imagem pacífica das Forças Armadas brasileiras no exterior.
Cooperação entre imprensa e instituições
Ao longo da semana, o curso recebeu visitas de autoridades como o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen. Ambos destacaram a importância do diálogo entre as instituições militares e a imprensa como instrumento de fortalecimento da democracia e da comunicação transparente com a sociedade.
“O trabalho da imprensa é essencial para aproximar a sociedade das ações das Forças Armadas. É através dos jornalistas que conseguimos transmitir nossa missão de proteger o país e cuidar da nossa gente”, afirmou o Contra-Almirante Marcelo da Costa Reis, ao receber os participantes no Complexo Naval da Ilha das Flores.
Fortalecendo o jornalismo e a cidadania
Mais do que uma formação técnica, o II CCJACE reafirmou o papel do jornalismo como elo vital entre as instituições e a sociedade, sobretudo em contextos de crise e emergência. A presença dos jornalistas acreanos no curso representa não apenas um avanço profissional para os participantes, mas também uma conquista para o jornalismo da região amazônica, que segue buscando qualificação e protagonismo nos grandes temas nacionais.
Texto: Andréia Oliveira com informações da Marinha do Brasil.
Fotos: Marinha do Brasil