ESPORTE
Laterais de excelência
Por Francisco Dandão
Escrevi na crônica anterior sobre as grandes duplas de zaga do futebol acreano. E aí, por conta disso, recebi algumas mensagens (“meia dúzia de três ou quatro”, como costumava dizer o meu antigo parceiro de dominó Luís Ivan) me intimando a falar dos grandes laterais do mesmo espaço territorial.
Pensei daqui e dali e então eis que os meus combalidos neurônios logo me fizeram saltar à lembrança quatro desses sujeitos que desfilaram sua classe pelos lados do campo do esporte bretão estadual: Chico Alab e Mauro (laterais direitos), além de Duda e Antônio Maria (laterais esquerdos).
O Chico Alab, que jogou no Grêmio Atlético Sampaio (GAS) e no Independência, foi o primeiro lateral do futebol acreano que não se limitava a defender. Muito ao contrário disso: quando o seu time tinha a bola, ele se mandava para a linha de fundo, de onde executava cruzamentos perfeitos.
O Mauro, por sua vez, cuja única camisa no futebol foi a do Juventus, esse foi um daqueles casos raros de jogador que não dava sequer uma sarrafada no adversário, muito menos sujava o calção, ainda que o jogo fosse num dia chuvoso. Eu diria que o Mauro era um craque de finíssima categoria.
Do outro lado do campo, o Duda, que desfilou sua técnica a serviço de Atlético Acreano, Rio Branco e Juventus, foi um lateral de estilo driblador, além de exímio cobrador de faltas. Cansei de o ver chutar a bola no ângulo das traves adversárias como se estivesse fazendo um arremesso com as mãos.
E quanto ao Antônio Maria, que só emprestou sua arte ao Juventus, e que era chamado de “o príncipe do futebol acreano”, tanta a fineza de tratamento com a deusa bola, esse cara jogava tanto que um dia recebeu reverências de ninguém menos do que o bicampeão mundial Nilton Santos.
Eu diria que esses quatro caras pairam acima dos demais laterais da história do futebol acreano. Esses sujeitos proporcionavam espetáculos à parte para a galera que costumava se acomodar nas desconfortáveis arquibancadas do vetusto Stadium José de Melo, ali na avenida Ceará.
Mas houve outros laterais, tanto na direita quanto na esquerda, que jogaram muito no futebol acreano e merecem uma citação, ainda que breve. Falo de Pintão, Paulo Roberto, Grassi, Castro, Ivo Neves, Carlos Mendes, Sabino, Albertino, Carlinhos Bigode, Erivaldo, Tonho, Hélio Pinho…
É isso, caros amigos que conseguiram chegar até aqui nesse texto de hoje. Todos esses jogadores citados escreveram belos capítulos nos tempos do amadorismo do futebol acreano. Eu sei que existem muitos outros. Os que eu lembrei aqui são apenas pequenos pontos no painel da minha memória!