A recente declaração do Papa Francisco, durante sua visita a Singapura, de que “todas as religiões são um caminho para Deus” gerou reações intensas entre líderes religiosos conservadores, especialmente nos EUA. O comentário foi feito de improviso em um encontro inter-religioso com jovens, onde ele comparou as religiões a “idiomas diferentes” que levam a Deus. O Papa ressaltou a importância de evitar rivalidades religiosas, afirmando que todas as religiões buscam o mesmo Deus, ainda que com abordagens distintas.
A reação de figuras religiosas conservadoras foi rápida e crítica. O bispo Joseph Strickland, anteriormente líder da Diocese de Tyler, Texas, e conhecido por suas discordâncias públicas com o Papa, usou as redes sociais para pedir que o pontífice afirmasse claramente que Jesus Cristo é o único caminho para Deus, conforme a doutrina cristã tradicional. Outros líderes religiosos, como o padre Calvin Robinson, também se manifestaram, afirmando que os comentários de Francisco contradizem as Escrituras, citando passagens como a declaração de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Essa não é a primeira vez que o Papa Francisco enfrenta críticas por suas declarações sobre temas religiosos sensíveis. Durante uma entrevista em maio de 2023, ele também foi criticado por sugerir que o coração humano é “fundamentalmente bom”, uma afirmação que muitos conservadores religiosos interpretaram como inconsistente com a visão cristã tradicional da natureza pecaminosa da humanidade.
Esses comentários mais recentes ocorrem em meio a tensões dentro da Igreja Católica, especialmente entre setores mais conservadores, que veem algumas das declarações do Papa como desvios dos ensinamentos tradicionais. As discussões sobre pluralismo religioso e o papel do cristianismo em um mundo cada vez mais diversificado têm sido centrais no papado de Francisco, mas também têm sido fonte de polêmicas entre aqueles que preferem uma interpretação mais rígida das doutrinas cristãs.