Limpeza de túmulos é fonte de renda para casal que trabalha junto no Cemitério São João Batista

Por Wanglézio Braga / Foto: Wanglézio Braga

Eles são dezenas e ficam amontoados nas entradas do Cemitério São João Batista, em Rio Branco, esperando a clientela. Os zeladores de túmulos ou auxiliares de limpeza, como gostam de ser chamados, aproveitam o “Dia dos Finados” para fazer uma renda extra. Num período onde tudo encareceu no mercado, um ‘dinheirinho’ a mais no bolso sempre é bem-vindo mesmo que o trabalho a ser executado, normalmente, seja cheio de tabus.

O AcreNews esteve nesta segunda-feira (01) no local e verificou que a concorrência é grande, mas, “existe espaço e trabalho pra todos!”. Assim classifica Darlysson Nascimento, de 25 anos, que trabalha com a esposa fazendo a limpeza e manutenção de túmulos.

Sobre as expectativas para este ano, o rapaz espera que seja bem melhor em relação a 2020. “Pelo movimento, espero que este ano seja bem melhor. A pandemia prejudicou bastante os autônomos que vem pra cá, né? (…) A gente acredita que nesta terça-feira, o movimento seja melhor para cada um de nós”, comenta.

Nascimento explica que não existe tabela padronizada com valores dos serviços ou até mesmo as diárias. Em média, para realizar uma limpeza básica, os trabalhadores cobram entre R$ 25 a R$ 40 reais. Os valores podem variar de acordo com o tamanho do jazigo ou da sepultura. Bem como das condições do local.

“Uma catacumba pequena ou média, a gente tá cobrando R$ 30 reais (…) Gastamos os produtos como a palha de aço, sabão, tem o nosso esforço em escovar, buscar água que fica na entrada do cemitério (…) Ainda sobre valores, depende muito também do profissional que for contratado. A gente sabe que as coisas estão difíceis e que nem todo mundo topa fazer a limpeza, mas negociando com o patrão tudo fica bem pros dois lados. Por isso, dependendo do cliente até fazemos descontos”, explica.

O auxiliar de limpeza trabalha no principal cemitério de Rio Branco há pelo menos três anos e todas às vésperas do Dia dos Finados vê o movimento cada vez mais aumentar de novos trabalhadores. Na grande maioria são jovens e adolescentes que buscam e não encontram uma vaga com carteira assinada.

“Tem muitos jovens por aqui, muitos adolescentes. Tem também profissionais, já com formação, que estão desempregados e vêm para cá em busca de fazer um bico. Eu conheço um que é formado em administração e faz a colagem de placas das sepulturas. O cara estudou e se presta a trabalhar assim. Claro que isso não menospreza ninguém, mas é complicado. Na real, meu amigo, não tá fácil”, conclui.