RAIMUNDO FERREIRA
Máquina pública obesa é tema de artigo do professor Raimundo Ferreira nesta sexta, 12
MAQUINA PUBLICA OBESA
A grossa camada da população, considerada de menor poder aquisitivo, que por necessidade são facilmente manobradas e aquietadas com a promessa de que suas vidas poderão em breve mudar para melhor, pelo visto, parece que no momento está percebendo que os possíveis benefícios não lhes alcançaram, e devido o contingente de necessitados ser maior que a oferta, já não existe mais nada no estoque dos benefícios. Quanto as necessidades, que parece ter encontrado terreno fértil por esses tempos, está se alastrando mais que erva daninha. Em síntese, quem sonhava com melhorias de vida, certamente perdeu a esperança e quem já havia avançado um degrauzinho rumo ao bem-estar da sonhada classe média, escorregou e retrocedeu à vala comum, onde todos são nivelados pela condição desfavorável, estado de intranquilidade e de incerteza. Infelizmente essa é a realidade nua, crua e desesperada do povo menos favorecido, a verdade é que, em um país onde os ganhos e salários não acompanham nem de longe a escalada dos precos dos gêneros de primeira necessidade e que o custo das substâncias energéticas que deveriam ser controladas pelo poder público, exemplo dos combustíveis e gás, os preços continuamente são majorados, e ainda tem os impostos para abocanhar um terço dos ganhos reais de cada cidadão trabalhador, em uma nação com estes ingredientes, mesmo que a fé seja forte e o povo se empenhe ao máximo buscando economizar para equilibrar os meios de sobrevivência da melhor forma possível, mesmo assim, o acervo dos sacrifícios vão acumular no estoque e inevitavelmente causar sofrimento, e não restará outra alternativa que não seja partilhar as necessidades. Ou seja, o povo que trabalha, é honesto, economiza e literalmente se sacrifica para obter uma condição digna, não deveria e nem poderia ser sacrificado em suas lutas ferreneas pela sobrevivência em função da exploração constante, imposta pela inflação galopante e pela cobrança de impostos abusivos em nome, ou na justificativa de manter uma máquina pública obesa.