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Marinha deflagra Operação Acre 2025 para atender 20 mil em comunidades isoladas do Juruá
Militares da Marinha do Brasil iniciaram nesta última semana de janeiro a 25ª edição da Operação Acre, missão de assistência hospitalar que leva serviços básicos de saúde a comunidades ribeirinhas e indígenas ao longo do Rio Juruá, no Acre e Amazonas.
Realizada em parceria com o Ministério da Saúde, a Operação seguirá de forma ininterrupta até o dia 7 de maio, com previsão de prestar atendimento a cerca de 20 mil pessoas.O Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) Doutor Montenegro desatracou de Manaus com uma tripulação composta por 80 militares, incluindo 16 membros da equipe de saúde.
Durante cerca de quatro meses, serão oferecidas consultas médicas e odontológicas, exames clínicos e laboratoriais, cirurgias de pequeno porte, pré-natal, exames de mamografia e raio-x, além de palestras educativas, distribuição de medicamentos e atenção farmacêutica em diversas localidades ao longo do Rio Juruá, passando por municípios do Amazonas, como Carauari, Itamarati, Juruá e Ipixuna, e no Acre, onde atracará em Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.“Temos médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, que enfrentarão os desafios das distâncias e também das nossas restrições, para conseguir prover todo o atendimento hospitalar, médico, odontológico e farmacêutico à população mais isolada dessas comunidades ribeirinhas e indígenas. Dessa forma, a Marinha consegue ter uma grande capilaridade e levar saúde, assistência hospitalar e, principalmente, cidadania ao povo que está mais isolado, levando a esperança, um nome extremamente importante que esse navio carrega, como o ‘Navio da Esperança’”, explicou o comandante da embarcação, Capitão de Corveta Hallan Maforte.
“É uma comissão bem longa, de cerca de quatro meses, e se torna desafiadora por conta da distância da família durante todo esse tempo, mas a equipe é bem unida e assim conseguimos levar atendimento a um número bem grande de pacientes”, pontuou a Cabo (Radiologia Médica) Daniela Ferreira. “Quando estamos subindo o Rio Juruá, há comunidades que ficam muito isoladas, com acesso muito difícil, sendo possível alcançá-las apenas de barco ou lancha. Então, a Marinha acaba sendo a única que tem a capacidade de alcançá-las e levar esse tipo de assistência hospitalar”, completou.
O Hospital Fluvial Dr. Manoel Braga Montenegro, seu primeiro nome, foi concluído em janeiro de 1997, encomendado pelo Governo do Acre e construído no estaleiro Conave, na capital amazonense.
Após sua finalização, foi entregue na cidade de Rio Branco. Posteriormente, por meio de negociações entre o Ministério da Saúde, a Marinha e o Governo do Estado do Acre, decidiu-se que o navio seria incorporado à frota da Marinha, o que ocorreu em 19 de maio de 2000, na Estação Naval do Rio Negro, em Manaus.O nome “Doutor Montenegro” foi escolhido como uma homenagem ao renomado médico acreano Manoel Braga Montenegro. Nascido na cabeceira do Rio Liberdade, em 14 de março de 1927, o médico era filho de uma família de migrantes cearenses. Doutor Montenegro era reconhecido por sua simplicidade, suas palavras ponderadas e sua dedicação ao trabalho.