Marral: sabor, memória e identidade de Epitaciolândia agora reconhecidos por lei

O aroma do alho e da carne de sol dourando na panela não é apenas o prenúncio de uma boa refeição no Alto Acre — é a expressão viva da história de Epitaciolândia. O tradicional Marral, prato que combina carne de sol, arroz e temperos regionais, foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Município pela Lei nº 558, de 14 de outubro de 2025, sancionada pelo prefeito Sérgio Lopes. A iniciativa transforma o prato em símbolo de identidade local, valorizando a gastronomia típica e a memória coletiva da cidade.

Feito à base de 1,5 kg de carne de sol, 800 gramas de arroz e um generoso refogado de cebola, alho e pimenta-de-cheiro, o Marral é finalizado com cheiro verde e acompanhado de farofa de torresmo e bananas fritas — uma combinação que carrega o sabor das cozinhas familiares e das festas comunitárias. O preparo, descrito na própria lei, foi incorporado como referência oficial da culinária epitaciolandense.

O reconhecimento do prato como patrimônio imaterial não é apenas um gesto simbólico, mas parte de uma política municipal de valorização da cultura alimentar e de incentivo ao turismo gastronômico. A prefeitura planeja incluir o Marral em eventos culturais, feiras e festivais que promovam a economia local e reforcem o sentimento de pertencimento da população.
Para o prefeito Sérgio Lopes, a lei representa o resgate e a preservação das tradições que formam a identidade de Epitaciolândia. “O Marral é mais do que um prato: é parte da nossa história, dos encontros em família e das celebrações da cidade. Agora ele passa a ocupar o lugar que merece na cultura do município”, afirmou.

O reconhecimento oficial também abre espaço para que restaurantes, cozinheiros e produtores locais utilizem o selo de “prato típico de Epitaciolândia” em cardápios e eventos, fortalecendo o vínculo entre gastronomia, turismo e desenvolvimento regional.

Com a nova lei, Epitaciolândia se junta a outros municípios acreanos que vêm transformando suas tradições culinárias em patrimônio — um movimento que une o sabor das panelas à preservação da memória e à valorização da cultura amazônica.

No coração do Acre, o Marral agora é mais que comida: é identidade servida à mesa.