CULTURA & ENTRETENIMENTO
Movimento artístico lança coletânea audiovisual com a participação de mais de 30 artistas
Eanes Henrique Enes
O Movimento Artístico Independente Acreano e Subversivo (MAIAS) lançou no último domingo, dia 10, a coletânea audiovisual “MAIAS – Marginal e Subversivo“.
O movimento atua desde de 2017, com ocupações em espaços públicos na capital. Mas a sua atuação é mais presente no Coliseu da Ufac, local cultural que é abandonado pela própria universidade.
A coletânea conta com a colaboração de mais de 30 Artistas, entre sonoros e visuais:
André Maal, Andreya Luanna, Andy, Antônio Santo, Arthur Miúda, Cabeludo, Daniel Lima, Dennis Vasconcelos, Deivid De Menezes, Deusa Franca, D.Falcon, Dyonnatan Costa, EANES, Fabiano, George Guedes, Leandre, José Arteiro, ILLITCH, Laura Lourdes Cordeiro, Magda, BLACKMAGO, Maya, THERÉSÈ, Pat Saturno, Perry, Raphael, Savnes, Shadai Viana, THS, Vandsmile, Verônica Rodrigues, Welton Bonaparte.
Conversamos com alguns dos artistas participantes sobre a sua atuação no movimento e na coletânea.
Kelvin Illitch
Sobre o movimento, Kelvin Illitch nos conta: “Nasceu pela vontade pulsante de fazer música, de criar um espaço convidativo dentro da Universidade para tocar, e sanar nossa necessidade de fazer ensaios sem custo de estúdio. De repente essa prática virou o Ensaio Aberto, e mesmo com a precariedade de equipamentos (que não eram fixos, mas rotativos), sempre surgia todas as ferramentas necessárias para a música acontecer, da corda da guitarra ao gole de bebida, e depois o artesanato, a arte cênica, o desenho, o poema, as pessoas foram se aproximando, num movimento contínuo nos vimos num espaço místico que pulsa arte, esse lugar é o MAIAS, e o MAIAS é cada um dos artistas que se move para independentemente das circunstâncias, moldar a realidade pela arte e contagiar todos ao redor com esse movimento de fazer acontecer”.
Illitch acrescenta sobre a coletânea: “A coletânea Marginal e Subversivo surgiu num momento emergencial da pandemia, e por isso tentamos abraçar os mais diversos artistas que estavam se movimentando entre trancos e tranqueiras. Deixo registrado nessa coletânea a faixa “Deus e o Diabo” porque acredito que não precisamos dualizar a vida em forças antagônicas, mas compreender a importância das sombras debaixo do sol de lascar. Deixo registrado também uns gritos de agonia, porque não passou na minha peneira o abraço à distância, o ensino à distância, o viver à distância, isolado de si e dos outros, em frente à máquinas e objetos inanimados. E assim faço voz, baixo, guitarra, uns desenhos e fotografias que falam na composição desta obra sobre esse momento nada bom que estamos vivendo. Expurgo minhas dores com arte”.
Laura Lourdes Cordeiro
Artista plástica, assistente financeiro, criadora do Ateliê Aquiri, sobre sua atuação: “Atuo na área de artista visual e meu projeto com o Maias é trazer a textura das linhas e suas cores para dentro de cada desenho e colagem que eu fizer, é a mistura do macramé e da pintura, que são a forma mais límpida em que me expresso”.
Dennis Vasconcelos
Opera como cantor, compositor, brincante da cultura popular e ator, trazendo em suas músicas relatos de suas experiências enquanto artista nortista não-binarie. Atualmente se expressa através de trabalhos solo e em grupos, tais como Coletivo Piracema, Movimento Artístico Independentemente Acreano Subversivo (MAIAS), Banda Rivotriked e grupo Jabuti Bumbá.
De forma independente, vem se estruturando e criando laços de afeto com o que ama fazer.
Dennis Vasconcelos sobre o projeto: “O MAIAS começou na universidade federal, com ensaios abertos, saraus… Ali se reuniam toda a galera que curtiam fazer e apreciar um som. E eu sempre gostei de cantar, de fazer música, de descobrir novos sons, e adorava as interações que esses movimentos traziam, junto com a oportunidade do contato com a arte regional, poder conhecer os artistas independentes da nossa Rio Branco. É para mim muito bonito poder fazer parte desse projeto, de colar com tanta gente fina!
Na nossa coletânea deixo registrada ‘Recomeçar’ e participação com segunda voz e instrumento na música ‘A chave’ de Deusa Maria. ‘Recomeçar’ nasce numa sessão de terapia com a psicóloga que mais me senti confortável para destrinchar meus embaraços e devaneios até aqui, (se bem que, não tive outra, ‘risos’) e por coincidência, sou eu mesma! É uma das minhas músicas que mais gosto, e fico muito feliz em poder compartilha-la”.
Instagram: @dennisvasconcelos_.
Antônio Santo
Músico, compositor e escritor.
É vocalista da Banda Astronauta Imaginário e comando seu acervo no Youtube: SUMO Produções.
Instagram: @sumo.prdc.
Sobre o movimento: “Faço parte do MAIAS desde a fundação até o presente momento. Nós fazíamos eventos ‘undergrounds’ na UFAC desde 2016, quando comecei a levar um pequeno cubo de guitarra para o Coliseu nos finais de tarde para performar minhas canções autorais. Nosso grupo cresceu e com nossas próprias forças e equipamentos estávamos realizando o primeiro ‘Ensaio Geral’, onde o palco era aberto a todos os públicos, procurando dar palco a todos os músicos, cantores, poetas, atrizes, atores, artistas em geral, que quisessem se apresentar!
Estamos trabalhando na nossa coletânea que conta com diversos artista que nos eventos subiram no palco e estiveram presente conosco ao longo desses eventos.
Um belo balaio de artistas desse nosso belo Acre!
Eu acredito que podemos despertar no próximo o poder da arte quando performamos. Inspirar e incentivar são as chaves para propagar a liberdade de expressão!”.
Verônica Rodrigues
Sobre sua atuação na arte e no movimento: “Minha relação com a arte tem várias linguagens. Escrevo, atuo e crio zine. Acredito que a arte pode deixar nossa vida muito mais colorida. Sou membra do MAIAS desde 2018. Minha atuação na coletânea é como artista visual, através de minha produção de zines. Tenho um perfil no Instagram @cam4leoa_ onde exponho um pouquinho da minha forma de sentir”.
Pat Saturno
É vocalista do duo ART&SAT de jazz, blues soul, atualmente trabalhando na produção independente do documentário Revista Saturno, como letrista do EP deste documentário, atleta e estudante.
Sobre sua atuação: “Sempre estive e busquei estar dançando, cantando, aplaudindo nos palcos livres do coliseu da Ufac, me sinto atuante/espectadora dos sons de liberdade nessa história que é o MAIAS, que somos de fato.
No dia 11 de janeiro, eu e Arthur Miúda fomos ao Studio do Shaddai para captar o som Tudo Blues, composição que fiz uma letrinha, após Arthur compor a harmonia e tudo foi se arranjando por si só, naturalmente.
Sobre a faixa coletiva no dia 27 de agosto, voltamos ao Studio para captar minha letrinha soul após uma base pré-produzida por Shaddai e Arthur Miúda.
A coletânea Maias marginal e subversiva é exatamente o que ansiamos a muito, sair das margens midiáticas que nos impõem padrões e nos rotulam, para protagonizar uma coletânea incrível, tendo a união e força de vários artistas, para poder ecoar floresta afora nossa arte instrumental, visual, musical, recorte virtual, arte visual virtual, fotografia, captação de ideias e reencontros em período pandêmico, sem esquecer o luto e medo da foice da morte que perambula as ruas.
Participar desta coletânea foi e está sendo uma alegria tamanha, estou bastante ansiosa para ouvir todxs!
Gravei a canção Tudo Blues, onde compus uma letrinha, junto com o Arthur miúda, quem fez os arranjos e produção.
Participei da música do Mago, como backing vocal”.
Instagram: @abelhasaturno e @patsaturno.
A coletânea está disponível pelo Youtube: Projeto MAIAS.
Intento marginal produzido na beira do rio, com recursos da Lei Aldir Blanc. Rio branco, 2021.
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