CULTURA & ENTRETENIMENTO
Museu dos Povos Acreanos recebe lançamento simultâneo de quatro obras de José Moraes, celebrando história, ficção e identidade regional

O Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco, será palco nesta sexta-feira (15) de um dos mais relevantes encontros entre literatura, memória e identidade cultural do estado. A partir das 15h, o consagrado escritor acreano José Barbosa de Moraes lança, de forma simultânea, quatro obras que percorrem diferentes gêneros, mas convergem para o mesmo propósito: preservar, provocar e ressignificar as narrativas da Amazônia.
A tetralogia apresentada — O Menino que Vendia Peixes, Viagem ao Seringal, Outras Poesias e Prossiga Delegado — revela a amplitude criativa do autor, que alterna ficção, relato histórico, poesia e memórias profissionais sem perder a profundidade emocional e o vínculo com a vida simples da região. Em O Menino que Vendia Peixes, Moraes revisita os anos 60 e 70 da Amazônia ribeirinha para contar a trajetória de GIBI, personagem que ascende sustentado por práticas moralmente ambíguas e termina enfrentando seu próprio colapso. É uma obra que ilumina tanto a dignidade quanto os desvios possíveis no cotidiano amazônico.
Já a segunda edição de Viagem ao Seringal mistura ficção e fatos reais para reconstruir a rotina dos seringais tradicionais, destacando a infância do autor e o papel essencial de nordestinos, portugueses, sírios e libaneses na formação do comércio regional. Em Outras Poesias, Moraes apresenta versos que, segundo prefácio de Milton Menezes Júnior, “transcendem a alma”, ao unir memória, crítica social e homenagens aos personagens anônimos da chamada “Terra de Galvez”.
Com tom mais leve, Prossiga Delegado reúne episódios vividos ou ouvidos pelo autor durante sua atuação na Polícia Civil, revelando histórias curiosas, cômicas e inusitadas que compõem um mosaico singular da vida pública e privada do Acre.
Imortal da Academia Acreana de Letras, José Barbosa de Moraes consolida, com essas quatro publicações, sua contribuição para a preservação cultural do estado. O texto de apresentação de José Dourado de Souza sintetiza o sentimento geral: trata-se de um marco para a literatura regional e uma celebração dos escritores que transformam vivências amazônicas em patrimônio narrativo.
O evento é aberto ao público e promete atrair leitores, estudiosos, agentes culturais e admiradores da literatura acreana, celebrando a força das histórias contadas por quem vive e sente a Amazônia por dentro.






