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Na Pele do Cordeiro – Bocalom diz que quer casar, fala em obras e que não demite equipe, esclarece polêmica com Petecão e quer Gladson no seu palanque
Por Wanglézio Braga
O PodCast “Na Pele do Cordeiro” apresentado pelo Jornalista Evandro Cordeiro abriu oficialmente sua 1° temporada de entrevistas. O convidado desta segunda-feira (27) foi nada mais que o prefeito Tião Bocalom (PP). Por mais de uma hora, o gestor falou sobre os trabalhos no executivo municipal, abriu o coração ao falar da família e da vida de viúvo. Acompanhe alguns trechos transcritos por nossa reportagem:
SUICÍDIO JUVENIL
“Alguma coisa tá errada. A criançada antigamente era muito sadia. Nunca ouvi falar, no tempo da minha juventude, que um jovem tenha se matado. Um tempo desses, foi um jovem que se jogou de uma torre do universitário quando íamos inaugurar uma quadra. Como é que pode! É incrível a quantidade de jovens que estão cometendo isso. É o momento que estamos vivendo. Isso daria uma grande discussão social”.
DONA ELIZABETH
“Foram 46 anos de casamento. Eu cuidei dela até o último suspiro. Teve um momento que costurei o lençol da cama para facilitar a acomodação. Ela passou muitos tempos em estado vegetativo, inclusive na UTI. Antes disso a gente tentou muitas consultas, tratamentos com magnésio em Brasília, vitaminas e em São Paulo até chegar no Paraná na nossa cidade e ela sentir dores (…) infelizmente ela perdeu toda a consciência depois que o cérebro parou de funcionar e a situação ficou mais complicada. Nos últimos seis anos, eu acho que Elizabeth foi muito bem amada, cuidada”.
A MORTE DO FILHO
“O nosso filho, Junior, morreu aos 12 anos. Deus o levou. Ele teve Leucemia e lutamos com ele por 1 ano e quatro meses, levando para Curitiba e São Paulo, mas infelizmente ele morreu. Sobrou apenas a Luciana, minha filha. Ela casou e me deu três netinhas lindas que são os amores do Vovô. As mais velhas estão fazendo faculdade federal em Uberlândia”.
CARREIRA DE MATEMÁTICO
“Estudar matemática foi uma consequência da vida. Meu pai era boia fria e tinha uma marcenaria próxima. A gente não tinha dinheiro para fazer outros cursos. Naquela época não tinha o Fies. Meu sonho era ser engenheiro ou dentista. E passar nesses cursos era algo muito difícil. Eu resolvi seguir a carreira de professor de matemática, passando anos e anos em sala de aula. Isso possibilitou um aprendizado sem igual (…) eu gosto da área de exatas. Por isso muita gente não gosta de mim porque não sou meio termo. Pra mim é ou não é”.
VIDA DE SOLTEIRO
“Eu não tenho vida de solteiro porque estou casado com a prefeitura. Me identifico de verdade com a prefeitura. Vou sábado, domingo, feriado e sem hora. Semana passada a gente estava discutindo os 120 projetos que serão executados por primeiro tendo em vista que Brasília está liberando os mesmos. Alguns desses projetos estão na fase de licitação. São grandes projetos que vão gerar muitos empregos. Então, meu casamento é com a prefeitura. Quando sobra um tempinho a gente dá uma namoradinha, mas meu alvo é a prefeitura”.
CASAMENTO
“Eu penso em casar sim, claro. Acho que o casamento é fundamental para as pessoas. Você ter um parceiro que esteja contigo, é muito bom. O meu pai que vai fechar os 100 anos, quando estava com 70 anos, teve uma parada cardíaca na cama. Minha mãe estava com ele, pegou um remédio, ligou pro hospital e salvou. Então, esse é um exemplo da importância do parceiro. Viver sozinho não presta! Por isso, quero casar sim, esperar uma pessoa que me entenda, que me aceita do jeito que eu sou”.
PREFEITO NA COZINHA
“Eu gosto de cozinhar. Gosto de assar carne quando for necessário, faço o meu feijão, o meu arroz (…) o meu predileto é arroz com ovo. É um prato rápido de fazer e gostoso de comer. Quem não tem mulher para cuidar da gente, a opção é a gente fazer o mais rápido, o prato mais simples. Quando tenho um tempinho preparo uma carne de frango ou peixe com salada. Eu amo salada (…) já a carne vermelha quem tem ferritina deve evitar feijão e carne, alimentos com muito ferro. Evito o quanto posso de carne. Às vezes a tentação é maior quando tem uma picanha, né!”.
ROTINA E EQUIPE
“Começo correndo às 4 da manhã. Antes, olho o celular, respondo uma pergunta aqui e ali de diretores, secretários. O meu time é bom, ele responde nesse horário, a partir das 4 da manhã. Eu posso dizer que o meu time é bom mesmo pois tem gente que foi chamado para trabalhar no governo ganhando o dobro, e não aceitou porque sabe que está lidando um projeto. Eu não tenho intenções de mudar os meus secretários. Só vou mudar de secretário se ele pedir para sair. Acredito que o time ideal é aquele iniciou e terminou uma gestão”.
OBRAS DOS VIADUTOS
“Estou só pedindo para a população um tempinho para mostrar para a população se o Bocalom sabe gastar ou não. Primeiro que a prefeitura de Rio Branco nunca fez uma obra grande e nós estamos fazendo um monte de obras. Nós estamos com dois projetos de viadutos em Rio Branco. Só um projeto custa R$ 25 milhões e outro de R$ 15 milhões. Esse último será um outro viaduto próximo ao Aramix. Quando que a prefeitura fez de uma vez quatro creches? São milhões de reais investidos com recursos próprios da prefeitura”.
CASO DOS GARIS
“Não tem que passar pano! O que tinha que fazer foi feito. Os garis foram usados pela empresa. A empresa tinha uma nota de R$ 500 mil para pagar e quando o Joabe foi fazer a medição não estava dando esse valor. Era assim que funcionava! Nós fomos tentados por um monte de gente grande para pagar. E eu ordenei para que não pagasse. Só iriam receber pelo que fizeram. O que não estava no contrato não deveria ser pago”.
AGRESSÃO AOS GARIS
Evidentemente que a polícia estava fazendo o seu trabalho. Ali houve um excesso por parte de alguns policiais e assim como houve também por parte do pessoal [Garis]. Vale lembrar que todo tumulto tem os seus excessos. As pessoas que estavam naquela hora, depois vieram pedir desculpas para mim. Ficou claro que os garis foram usados pelas empresas. Infelizmente as pessoas humildes de boa-fé, simples, foram usadas nesse caso”.
BURACOS NAS RUAS
“Quando peguei a prefeitura as ruas pareciam uma tábua de pirulito, vamos ser honestos! A cidade só tinha buraco. Claro que a gente não conseguiria, em dois anos, resolver todos os problemas de tapa-buraco. Nós tampamos buracos de mais de 1100 ruas. São ruas que têm grandes movimentos, que passam ônibus. Tem casos de bairros como o Universitário que têm pavimentação. A prefeitura não tinha máquinas. Como trabalhar sem máquinas. Hoje nós estamos com inúmeras máquinas e vamos licitar mais. Até o final do ano vamos ter 74 máquinas. Esse ano vamos fazer a inauguração de um programa de pavimentação e tapa-buracos. Desse ano para o ano que vem 90% dos buracos serão tapados”.
VIA CHICO MENDES
“Nós mudamos para ficar mais bonitos os canteiros. Antes parecia uma churrasqueira e tinha vários acidentes. Nós estamos remodelando aquilo lá. Vai ficar a coisa mais bonita. Vai ser um cartão de visita da cidade. É ali que o pessoal que vem pro Peru ou vai, ou sai de Rio Branco para Porto Velho passa ali naquela região. A nossa cidade vai ficar muito bonita. Aquele canteiro era muito mal feito. Nós vamos colocar um meio-fio alto, diversas faixas elevadas na região para ajudar as pessoas atravessarem com segurança”.
PROJETOS FUTUROS
“Vamos construir quatro centros dos idosos que vai alcançar, cada, 1200 idosos. Vale lembrar que Rio Branco, atualmente, só tem um centro (….) Vamos construir o novo prédio do CRAS. Ali é tudo feito de madeira, tá caindo tudo. Vamos construir também (…) faremos novas quadras de esportes (…) construiremos um edifício garagem na região do Mercado Elias Mansour. São R$ 5 milhões mais R$ 11 milhões por conta do novo projeto e da desapropriação. A prefeitura vai garantir garagens (…) faremos uma casa de acolhimento para pessoas que estão vindo do interior. Serão 100 apartamentos que serão construídos na frente da Fundacre. Nunca, ninguém pensou nisso (…) vamos fazer também uma nova sede para o pessoal dos garis. O local atual onde eles ficam para descansar é muito ruim (…) vamos construir também um parque aquático para as crianças com tobogã, com escorregador e brinquedos. Esse projeto terá quase duas hectares de construção (…) construiremos casas para as pessoas. São casas feitas de madeiras, em locais onde é apropriado morar. São 1001 casas. Muita coisa boa vai vir”.
ABRIL DAS OBRAS
“Em abril nós vamos abrir a caixa das coisas boas, das obras. Estamos esperando somente o verão acabar. Nós estamos nesse ínterim dando um tempo, preparando as coisas para poder trabalhar direitinho após o período de chuva”.
MARFISA, A VICE
“Tá tudo bem. Eu conheço a Marfisa há muitos anos. Eu estou na minha e ela faz o que acha que tem que fazer. Ela é a nossa secretária e tem feito um excelente trabalho (…) eu não tenho nenhum problema com ela. Ela teve uns problemas aí. Eu acho que ela errou quando tornou público algumas coisas que bastavam ter conversado e resolvido. Faz parte do jeito dela. Eu sempre tratei com ela como se fosse um pai. Ela sempre teve problemas da família, porém, sempre aconselhei ela”.
SÉRGIO PETECÃO
“É o meu amigo pessoal. O que cabe na eleição fica na eleição. Ele tá falando algumas coisas por aí que não concordo, mas vou fazer o quê? Não tem nenhum problema. O importante é a amizade pessoal que temos. Isso tudo está acima da política (… Todo mundo sabe como é o Petecão. A gente não tá separado ainda não. Ele fala algumas coisas, depois muda de ideia, mas não temos problemas. Eu tenho um carinho grande por ele assim como ele tem por mim”.
GLADSON CAMELI
“Ele é meu amigo. Um dia disse-me, depois das eleições, que estávamos zero a zero. Nunca tive problemas mais sérios com o Gladson. Quem briga com o Gladson? Então, ele é gente boa, gosto do jeito dele. Ele tá trabalhando de braços dados. Estou feliz que a nossa relação de amizade tenha se estreitado novamente. Farei de tudo para que essa relação continue, afinal, ele é presidente do meu partido. Vejo que é uma questão de tempo isso, até depois das eleições. O secretariado dele tem maior carinho com a nossa gestão e temos trabalhado juntos. A prefeitura quer ser parceira do Governo do Acre para poder ajudar a segurança da cidade”.
ELEIÇÕES 2024
“Eu quero muito estar com ele [Gladson]. Espero e quero muito que ele esteja comigo. Ele tem falado constantemente que vai tá. Nós não vamos ter problema nenhum. A gente segue junto, no nosso time. Ele gosta de cuidar das pessoas, eu também, por tanto, juntou a fome com a vontade de comer”.
MAILZA ASSIS
“É um espetáculo como pessoa, é humana. Nossa amizade começou em 2008 quando o ex-marido dela se tornou prefeito de Senador Guiomard e eu como presidente do partido, o PSDB, tivemos que estreitar as relações. Ela foi uma das responsáveis pela minha eleição. Então, tenho a Mailza como a minha intercessora junto ao Gladson”.
ADVERSÁRIOS
“Nenhum tira o meu sono. Eu quero que tenha bastantes adversários (…) não tenho medo do Marcos Alexandre, de ninguém. O importante é o meu trabalho. Se eu fizer as coisas, casas do idoso, fazendo praças, fazendo ruas, a eleição é pelo trabalho. Funcionários públicos, por exemplo, acho que eles não têm o que reclamar. Se eu tiver 80% dos funcionários do meu lado, estamos bem”.
CÂMARA
Eu tratei a Câmara de forma totalmente isenta. Falei para eles: Cuidem da fiscalização que cuidarei da execução. Evidentemente que a base foi feita de acordo com o que fizemos por projetos, obras. Nada de negociar cargos. Acredito que os próximos prefeitos não terão coragem de intervir na Câmara a partir do nosso exemplo. O que fizemos foi quebrar paradigmas”.