RAIMUNDO FERREIRA
“Nada é para sempre”, escreve o articulista Raimundo Ferreira, professor e arquivista da Ufac
NADA É PARA SEMPRE
Raimundo Ferreira
Vez por outra, entre os assuntos destrinchados no cotidiano, meio às rodas de conversas, frequentemente ouvimos a afirmativa de que o tempo é o senhor da razão e que com o passar do tempo tudo se resolve. Se esta afirmativa fosse totalmente verdadeira, muitos dos problemas, especialmente questões que causam aflições e sérios danos às pessoas, poderiam serem deixadas do lado, ou melhor, bastava esquecer, que em algum momento estariam resolvidas. Infelizmente os problemas não são saneados dessa forma.
A verdade é que a não resolução das questões em tempo hábil pode causar sérios prejuízos e estragos na vida das pessoas, no entanto, quando por algum motivo ou razão deixamos de sanear algumas questões, o tempo vai passando os comentários ou análises vão deixando de circular, os fatos em si vão saindo de moda e, na dinâmica da vida, outros fatos e ocorrências vão ocupando o cenário. No século I, Epítectus afirmava que: “o que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que as pessoas dão sobre os fatos”. Por sinal, atualmente, estas questões das interpretações, das versões enviesadas e do modismo propriamente, estão servindo até como norma de comportamento e diretriz para orientar algumas ações no meio social. A afirmativa de
Charle Chaplin de que “nada é para sempre neste mundo, nem mesmo os nossos problemas”, achamos muito significativa nesse contexto, inclusive, esse ‘nada’ tem um sentido irrestrito, pois, apesar de existir coisas boas e coisas ruins, momentos bons e momentos ruins, mas, com o passar do tempo tudo vai ficando para trás, tudo sai de moda. O tempo segue seu curso e as pessoas, dentro de suas possibilidades, vão encontrando seus caminhos e administrando suas existências.
Raimundo Ferreira é professor e arquivista aposentado da Ufac