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No Dia do Líder Comunitário, o primeiro presidente de bairro em Rio Branco, Espedito Monteiro, ganha homenagem do filho Atevaldo
O ex-presidente da Federação Acreana de Basquete, ex-arbitro de futebol e bacharel em Direito Atevaldo Santana faz uma homenagem emocionante ao primeiro presidente de bairro em Rio Branco, Espedito Monteiro, que vem a ser seu pai. A seguir o artigo do Atevaldo, cujo teor é um tributo a um dos fundadores do movimento comunitário na capital do Acre:
DIA DO LIDER COMUNITÁRIO. TEMOS O QUE COMEMORAR?
Por Atevaldo Santana
18 de fevereiro é celebrado o dia do líder comunitário. A celebração foi instituída por força de Projeto de Lei de autoria do ex-deputado Moisés Diniz, em reconhecimento ao trabalho daqueles que estão diariamente em árdua missão em suas comunidades.
O movimento comunitário do Acre surgiu no início da década de 80, em meio ao regime militar que se instalou no Brasil por 20 longos anos – e surgiu da necessidade das comunidades reivindicarem do poder público melhorias para os inúmeros bairros que surgiam em Rio Branco de forma desordenada, e em sua maioria fruto de invasões.
A verdade é que o movimento comunitário do Acre foi fundado em 21 de abril de 1980 – quando o destemido militante político Espedito Monteiro fundou a primeira associação de moradores do Acre, no caso a do bairro Abrahão Alab. Com o pontapé inicial logo surgiram várias lideranças querendo fundar em seus bairros a associação de moradores – e a segunda Associação a ser criada foi a do bairro Estação Experimental que teve o líder Paulo Dantas como seu primeiro presidente, daí surgiu outras como a associação da volta seca com o manca, bem como, a do bairro Aeroporto Velho com o senhor Antonio José dos Santos.
Nesses 45 anos de sua fundação o movimento comunitário vivenciou e colaborou com as grandes transformações de nossa Rio Branco – e teve alguns políticos como seus grandes incentivadores, e não é demais lembrar que o Flaviano Melo foi o primeiro gestor a incentivar o crescimento do movimento. Quando prefeito pela primeira vez Flaviano tinha um dia especifico em que ele atendia os líderes comunitários.
Ser líder comunitário na década de 80 era preciso ser corajoso, pois vivíamos em meio a ditatura militar. Presenciei muitas vezes a polícia federal chegar em minha casa no momento em que meu pai estava reunido com a comunidade, e todos temiam por sua vida – foram momentos difíceis, mas graças à Deus meu pai conseguiu escapar ileso.
Um ponto que é preciso esclarecer. Embora fosse ligado ao velho MDB meu pai jamais permitiu que o movimento comunitário se misturasse com política. Ele não aceitava porque na sua visão a política partidária atrapalharia o crescimento do movimento.
Em 2013, in memorian – meu pai recebeu o prêmio Volta da Empresa por sua contribuição para o desenvolvimento de Rio Branco, e eu tive o privilégio de representar a minha família na solenidade, e receber das mãos do ex-prefeito Marcus Alexandre tamanha honraria.
Após vários anos de sua fundação, podemos afirmar que os dias atuais são outros completamente diferente, e que o movimento cresceu e se tornou robusto, além do que meu pai imaginava.