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Norte Carnes rechaça abate de gado e ICMBio enfrenta forte resistência à Operação Suçuarana, na Reserva Chico Mendes

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Uma operação de fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, encontrou um obstáculo inesperado: a recusa da empresa Norte Carnes em abater gado apreendido em suas instalações. A situação expõe a complexidade da fiscalização ambiental na Amazônia e os desafios logísticos enfrentados pelas autoridades.
Norte Carnes, um dos frigoríficos da região, emitiu uma nota contundente sobre o ocorrido. Cezário, gerente da empresa, declarou que o frigorífico não compactua com o abate de gado ilegal. “O gado que foi abatido foi o que estava agendado. Chegaram de supetão e não tenho capacidade. Não vamos abater e eles têm de levar esse gado para outro canto”, afirmou um gerente da empresa, evidenciando a falta de aviso prévio e a inviabilidade de atender à demanda do ICMBio.

A ação do ICMBio faz parte da Operação Suçuarana, uma iniciativa que visa coibir a pecuária ilegal dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, uma área de proteção ambiental crucial para a biodiversidade amazônica e para as comunidades tradicionais que nela vivem. A presença de gado nessas áreas é um dos principais vetores de desmatamento e degradação ambiental, além de ameaçar a subsistência das populações locais. A Reserva Extrativista Chico Mendes é, inclusive, uma das unidades de conservação mais desmatadas do país devido à pecuária ilegal de grande porte.
A recusa da Norte Carnes levanta uma questão crítica: o que fazer com o gado apreendido em operações como a Suçuarana? O ICMBio, em nota, confirmou a apreensão de centenas de animais e tem o objetivo de retirar cerca de 400 cabeças de gado ilegal da Reserva. A legislação ambiental prevê o abate sanitário e a doação da carne para instituições beneficentes em casos de apreensão de animais vivos, mas a execução dessa medida depende da colaboração de infraestruturas como frigoríficos.
O ICMBio, responsável pela gestão das unidades de conservação federais, frequentemente se depara com a dificuldade de destinar animais apreendidos, especialmente em regiões remotas da Amazônia. A falta de frigoríficos parceiros ou a indisponibilidade dos existentes pode inviabilizar o abate e, consequentemente, a doação da carne, gerando custos adicionais com o transporte e a manutenção dos animais até que uma solução seja encontrada.

A Operação Suçuarana tem sido marcada por uma série de desafios e críticas. Além da recusa do frigorífico, agentes do ICMBio têm sofrido atentados na reserva, com pessoas bloqueando estradas e tentando chamar a atenção para suas questões, evidenciando a tensão e a resistência de parte dos supostos invasores. O ICMBio tem contado com o apoio do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Acre (BPA), Força Nacional (FN), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Exército Brasileiro (EB), Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (IDAF).

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