GERAL
Nova rota de exportação pelo Pacífico consolida o Acre como um dos principais corredores
O Acre vem se destacando cada vez mais no cenário econômico nacional como uma nova e promissora rota de exportação para o mercado internacional. A posição geográfica privilegiada, que faz fronteira com o Peru e a Bolívia, aliada aos investimentos em infraestrutura e integração regional, coloca o território acreano como protagonista no comércio entre o Brasil e o Oceano Pacífico.
No município de Assis Brasil, ponto extremo da BR-317, conhecida como Estrada do Pacífico, o governo do Estado acompanha de perto as obras estruturantes e o avanço das iniciativas que prometem transformar o Acre em um polo logístico e produtivo, fortalecendo o desenvolvimento de toda a região do Alto Acre.
Obras estruturantes que garantem o desenvolvimento regional vêm sendo realizadas pelo governo do Estado na região do Alto Acre, como o Anel Viário de Brasileia, a estrada da variante e a ponte da Sibéria, em Xapuri, que preparam a região para o crescimento socioeconômico.
O Acre já colhe os frutos dessa integração. O estado vem ampliando significativamente suas exportações, com destaque para o setor de proteína animal, a exemplo da empresa Dom Porquito, sediada em Brasileia. A agroindústria é referência nacional em carne suína e de aves, produtos que já cruzam a fronteira rumo ao mercado andino e têm ganhado espaço em novos destinos internacionais como Peru, Bolívia, Vietnã, Hong Kong, República Dominicana, Moçambique e Haiti.
Além disso, madeira, soja e produtos florestais compõem a pauta atual de exportações. O governo estadual trabalha para expandir essa lista, incorporando novas cadeias produtivas com potencial exportador, como o agronegócio sustentável, o que representa geração de emprego, renda e oportunidades para milhares de acreanos.
De acordo com o secretário de Planejamento do Acre, Ricardo Brandão, o governo tem olhado para a pauta da exportação com uma visão ampla, que vai além do simples escoamento de produtos.
“Os caminhos da exportação de fato começam por Assis Brasil, pela estrutura aduaneira que já está montada hoje. Mas passam principalmente pelo grau de envolvimento dos municípios, dos prefeitos, dos empresários e da população local, tanto de Assis Brasil, quanto de Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba”, destacou Brandão.
O secretário reforçou, ainda, que o governo tem feito um chamamento aos prefeitos e ao setor empresarial para que se unam em torno dessa agenda de desenvolvimento. Segundo ele, o desafio é garantir que o crescimento econômico também se traduza em desenvolvimento local e melhoria de vida para a população.
“Quando o governo do Estado olha para a pauta da exportação, ele tem dois olhares distintos: um, de assegurar um comércio exterior forte, Brasil–Peru e Brasil–Pacífico; e outro, de garantir o desenvolvimento local e regional. O grande comércio exportador precisa trazer emprego, renda e vida digna para cada acreano que vive nessa região”, completou.
Assis Brasil: o ponto de partida da integração
Assis Brasil é a porta de entrada da Estrada do Pacífico e desempenha papel essencial na logística e no processo aduaneiro das exportações acreanas.
O prefeito Jerry Correia destacou que o município vive um novo momento, com o fortalecimento da infraestrutura local e a chegada de novos investimentos que acompanham o crescimento da rota internacional. Segundo ele, a prefeitura tem trabalhado em parceria com o governo do Estado e com os municípios vizinhos para melhorar as condições da BR-317 e garantir que o fluxo de cargas e pessoas ocorra com segurança e eficiência.
“Assis Brasil é o início desse grande corredor econômico que liga o Acre ao Pacífico. O movimento de caminhões, as empresas se instalando e o fortalecimento do comércio local mostram que essa integração já é uma realidade. Nosso desafio é transformar essa posição estratégica em desenvolvimento para a nossa população”, afirmou o prefeito.
O mito do alto custo da rota do Pacífico
Para o prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes, ainda existe muito preconceito e desinformação sobre os custos de exportar pela Estrada do Pacífico. Ele explica que, ao contrário do que muitos pensam, a rota é mais curta, mais rápida e mais econômica que os tradicionais portos do Sul e Sudeste do Brasil.
“Na verdade, é um mito de que seria muito caro. Pelo contrário, nós estamos a menos de dois mil quilômetros dos portos do Pacífico. Os portos do Sul e Sudeste estão a quatro ou cinco mil quilômetros daqui. E além disso, existe uma economia também no tempo de transporte marítimo, que chega a ser de 12 a 15 dias mais rápida para países como China, Estados Unidos e Europa”, afirmou o prefeito.
Sérgio Lopes lembra que produtos acreanos, como a carne suína exportada pela Dom Porquito, já utilizam a rodovia para alcançar o mercado internacional, comprovando que o trajeto é viável e competitivo.
O prefeito, que já percorreu toda a Rodovia Transoceânica até Lima e Cusco, reforça que o Acre está em posição privilegiada para se consolidar como ponte natural entre o Brasil e o Pacífico.
“Nós temos um caminho estratégico e econômico. O que precisamos agora é acreditar mais no potencial dessa rota e continuar investindo em infraestrutura e integração logística”, completou.
O avanço é real, só precisa ganhar escala
O prefeito de Brasileia, Carlinhos do Pelado, também destacou o potencial da rota do Pacífico e o empenho do governo estadual em consolidar o Acre como novo corredor de exportação e importação do país. Carlinhos reforçou que os municípios do Alto Acre estão no centro desse processo de transformação.
“O nosso Acre, graças a Deus e graças também ao nosso governo, tem se desenvolvido bastante. Nós nos tornamos rota, rota do Pacífico, a rota para o Peru, a rota para a China, com a implantação do Porto de Chancay, no Peru. Isso está trazendo muito desenvolvimento e muita melhoria para o Acre”, afirmou.
Ferrovia: o futuro da comércio exterior
Entre os grandes projetos estruturantes está o Quadrante Rondon, uma ferrovia que deverá cruzar o Acre, conectando o estado a outras regiões do país e aos portos do Pacífico.
Essa ligação ferroviária promete reduzir custos logísticos, aumentar a competitividade das exportações e atrair novos investimentos para o setor produtivo acreano.
Combinada à malha rodoviária existente, a ferrovia reforça o conceito de integração multimodal, permitindo que o Acre se consolide como um hub logístico amazônico, capaz de escoar mercadorias de forma mais rápida e sustentável.
Porto de Chancay: a nova porta do Brasil para o mundo
No litoral peruano, o Porto de Chancay, localizado a cerca de 80 km de Lima, é um dos maiores e mais modernos terminais da América do Sul. A estrutura é fundamental para o Acre e para o Brasil, pois permite o envio de produtos nacionais diretamente ao mercado asiático, encurtando distâncias e custos em relação aos portos do Atlântico.
Além de exportar, o Acre também se prepara para importar produtos peruanos, como hortifrutigranjeiros, cimento e minerais essenciais à construção civil.
Essa troca comercial deve baratear o custo de alimentos e insumos no estado, fortalecendo a economia local e proporcionando melhores condições de vida à população.
“O caminhão que vai com produtos acreanos para o Pacífico deve voltar com produtos de interesse do nosso mercado, como hortifrútis e minerais. É um comércio bilateral que ativa a economia local e gera riqueza e renda para a nossa gente”, explicou Ricardo Brandão.
A Estrada do Pacífico e os investimentos logísticos em andamento colocam o Acre em uma posição inédita: a de rota alternativa de exportação e importação para o Brasil. De Assis Brasil ao mundo, o estado avança com visão estratégica, fortalecendo a integração sul-americana e abrindo novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
AGÊNCIA AC