ESPORTE
O treinador italiano, multicampeão na Europa, assume a equipe para os próximos jogos das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai
A entidade deve anunciar nas próximas horas o dia da apresentação do novo comandante
Por Futebol Interior
A Confederação Brasileira de Futebol oficializou nesta segunda-feira o que há meses era tratado como quase certo: Carlo Ancelotti será o novo técnico da Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2026. O treinador italiano, multicampeão na Europa, assume a equipe para os próximos jogos das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai, no mês que vem. A nomeação encerra uma longa novela e escancara mais uma vez a aposta da CBF em prestígio internacional como solução para problemas internos que a própria entidade se recusa a enfrentar.
Ancelotti, de fato, tem currículo. É o maior campeão da história da Champions League, com cinco conquistas – duas como jogador e três como treinador. Foi campeão nas cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Alemanha, França e Espanha) e dirigiu gigantes como Milan, Chelsea, Real Madrid, PSG e Bayern de Munique. O discurso oficial, no entanto, parece ignorar que o italiano deixa o Real Madrid após uma temporada decepcionante, marcada por quedas precoces em torneios como a Liga dos Campeões e a Copa do Rei, além de sucessivas derrotas para o Barcelona em jogos decisivos.
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O tom da CBF na apresentação é sintomático. “O maior técnico da história comandará a maior Seleção do planeta”, exaltou Ednaldo, com uma pompa que nem sempre foi vista em relação a treinadores brasileiros. O endeusamento do italiano contrasta com o desprestígio recente da camisa pentacampeã, tratada como trampolim ou laboratório por parte dos próprios dirigentes. Enquanto nomes como Jorge Jesus e Abel Ferreira também eram ventilados, não houve sequer tentativa pública de prestigiar técnicos brasileiros consolidados, numa postura que reforça o complexo de inferioridade da CBF frente ao futebol europeu.
O Brasil aposta suas fichas em um nome de peso que não vive seu auge, após desperdiçar um ano em experimentos mal explicados. Resta saber se o prestígio europeu será suficiente para apagar os erros da gestão Ednaldo e recolocar a Seleção no topo – ou se a conta chegará mais uma vez no campo, onde os nomes não jogam sozinhos.