CULTURA & ENTRETENIMENTO
Oficina de Formação de Pareceristas Culturais encerra com destaque para atuação cidadã e criação de fórum amazônico
Dry Alves, Ascom
Após três semanas de atividades, a Oficina de Formação de Pareceristas e Avaliadores de Projetos Culturais chegou no início de julho, com um saldo positivo para o setor cultural do Acre. A iniciativa, realizada de forma presencial e híbrida, formou 60 participantes e reforçou a importância da qualificação técnica aliada à atuação cidadã no campo das políticas culturais.
Com carga horária de 60 horas, a oficina teve encontros presenciais na Filmoteca Acreana, localizada na Biblioteca Pública Estadual Adonay Barbosa, em Rio Branco, além de participação remota de profissionais de municípios do interior e até de outros estados. A formação foi financiada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), executada pela Fundação de Cultura Elias Mansour, com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil (FGB) e produção da Eita Pau Produções.
A condução dos encontros ficou a cargo de quatro profissionais com reconhecida atuação na área cultural:
Flávia Burlamaqui, mestre em História Social e integrante do Centro Príncipe Espadarte, trouxe a perspectiva dos conselhos culturais estaduais e nacionais;
Eurilinda Figueiredo, educadora e atual presidente da FGB, compartilhou sua experiência na gestão pública local;
Daniel Iberê, indígena do povo Mbya Guarani e antropólogo, destacou as especificidades culturais dos povos originários;
Karla Martins, produtora cultural e idealizadora da oficina, foi responsável pela articulação do conteúdo programático e mediação das trocas entre os participantes.
Para Karla Martins, a formação surge como resposta direta à demanda por profissionais capacitados, especialmente após a implementação de leis emergenciais como a Paulo Gustavo e a própria PNAB. “Os pareceristas precisam ter uma leitura ampla da sociedade e da cultura, sem julgamentos precipitados. A oficina veio para formar, esclarecer e também ouvir”, afirmou.
Ao final da formação, foi anunciada a intenção de criar um Fórum Amazônico de Pareceristas Culturais, iniciativa que busca articular os profissionais da região em torno das especificidades sociais, culturais e econômicas da Amazónia. “Mais do que formar técnicos, estamos formando cidadãos. A cultura é um processo colaborativo, e essa rede precisa continuar viva”, concluiu Karla.
Com o encerramento da oficina, a expectativa é de que os novos pareceristas possam contribuir de forma ativa e qualificada na avaliação de projetos culturais, promovendo transparência, diversidade e compromisso com o desenvolvimento cultural da região.