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POLÍCIA

Os malefícios da doutrinação política na Segurança Pública, a lição que precisamos aprender

Publicado

em

Por Adriano Marques de Almeida

A segurança pública é uma questão crucial para qualquer sociedade, e a busca por soluções eficazes para combater o crime organizado e garantir a tranquilidade dos cidadãos é um desafio constante. No entanto, quando a doutrinação política se infiltra nesse campo, os resultados podem ser desastrosos.

Um exemplo marcante ocorreu no estado do Acre, em um passado recente, quando os “especialistas” em segurança pública propuseram uma medida no mínimo questionável: combater o crime organizado distribuindo apitos para a população. Essa ideia absurda, que visava substituir a presença policial por apitos como meio de proteção, repercutiu nacionalmente e se tornou motivo de chacota.

É importante ressaltar que muitos servidores de carreira, influenciados pela doutrinação política, defendiam veementemente essa iniciativa sem precedentes. Tal postura demonstra como a politização de determinadas áreas pode distorcer o senso de realidade e gerar propostas completamente inadequadas para enfrentar problemas tão complexos.

A doutrinação política na segurança pública não é um fenômeno isolado. Em diversas ocasiões, vemos governantes e gestores que priorizam suas agendas políticas em detrimento da eficiência e do bem-estar da população. Isso resulta em medidas ineficazes, desperdício de recursos públicos e, pior ainda, na falta de segurança e proteção adequada aos cidadãos.

A experiência negativa dos apitos no Acre deve servir como um alerta para a atual gestão de governo e para todos aqueles que estão envolvidos na área de segurança pública. A lição a ser aprendida é clara: evitar que a doutrinação política se sobreponha à racionalidade e à análise técnica.

É imprescindível que a atual gestão de governo busque abordagens baseadas em evidências, em estudos e em práticas bem-sucedidas em outros contextos. É necessário valorizar o conhecimento acumulado por profissionais de carreira, que estão comprometidos com a segurança pública e têm a expertise necessária para propor soluções efetivas.

Além disso, é preciso evitar que medidas populistas e que visam apenas agradar determinados grupos políticos sejam adotadas sem uma análise crítica. A segurança pública é um tema sério e exige uma abordagem responsável, embasada em dados reais e no entendimento das dinâmicas sociais e criminais.

A doutrinação política na segurança pública não apenas compromete a eficácia das ações, mas também mina a confiança da população nas instituições responsáveis por garantir sua segurança. Quando medidas absurdas são adotadas, como o uso de apitos para combater o crime organizado, a credibilidade das autoridades é abalada e a sensação de insegurança se intensifica.

Portanto, é fundamental que a atual gestão de governo esteja atenta a esse perigo e se mantenha vigilante para evitar cair nos mesmos erros que gestões anteriores. A segurança pública não é um campo para experimentos políticos irresponsáveis, mas sim um desafio complexo que exige ações embasadas em conhecimento técnico e respeito à realidade dos fatos.

A sociedade precisa confiar em suas autoridades para que possa se sentir segura e protegida. A doutrinação política na segurança pública compromete essa confiança e coloca em risco a vida e o bem-estar de todos os cidadãos. É hora de aprender com os erros do passado e buscar soluções verdadeiramente eficazes para enfrentar o crime organizado e promover a segurança pública de forma responsável.

Importante pensar numa democratização das polícias, de modo a se pensar numa atuação diferenciada dos órgãos de segurança. Eles devem atuar sempre em defesa do Estado, no que reza a lei; e não na defesa de governos, suas conveniências e ideologias. Caso contrário, os policiais estarão sempre sujeitos à doutrinação. Os órgãos do serviço público de segurança, todas as instituições policiais, são instituições do Estado e do povo brasileiro, jamais de governos ou governantes, sejam eles de direita, de centro ou esquerda.

*Adriano Marques de Almeida é Comissário de Polícia Penal do Estado do Acre, Membro da Associação Internacional de Polícia – IPA, Doutorando em Ciências Jurídicas pela Faculdade do Museu Social da Argentina, Master of Business Administration – MBA em Diplomacia, Políticas Públicas e Cooperação Internacional pela Faculdade Intervale, Master of Business Administration – MBA em Administração Pública pela Faculdade Facuminas, especialista em Crime Scene Ivestigation – CSI pela Faculdade Faculeste, especialista em Inteligência Policial, Direito, Segurança Pública e Organismo Policial pela Faculdade Iguaçu e Bacharel em Direito pela Uninorte.

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