GOSPEL
Pastor critica exigência de casamento civil como requisito para batismo e ceia
Sandro Rocha reprovou os pastores que impedem pessoas em união estável de se batizarem ou participarem da ceia
Por fuxicogospel
O pastor Sandro Rocha, líder da Igreja Porto de Cristo, gerou discussões nas redes sociais após uma pregação em que questionou a necessidade de casamento civil ou religioso para que fiéis tenham acesso aos sacramentos cristãos, como o batismo e a ceia do Senhor.
Em sua fala, Sandro criticou pastores que impedem pessoas em união estável de se batizarem ou participarem da ceia. Para fundamentar sua posição, ele citou exemplos bíblicos, como o relacionamento de José e Maria e o matrimônio de Adão e Eva, destacando que ambos não seguiram modelos formais de casamento como os atuais. “Em nenhum lugar da Bíblia você encontra casamento como é hoje, com pastor, cartório, cerimônia. Isso faz parte da cultura ocidental”, afirmou durante a ministração.
Apesar de criticar a burocratização do casamento, Sandro fez questão de deixar claro que apoia a instituição. “Sou casado com a pastora há 35 anos. Defendo o casamento, mas não essa obrigatoriedade para participar dos sacramentos”, pontuou.
Debate nas redes sociais
Nas redes sociais, internautas se dividiram. Enquanto alguns apoiaram a visão do pastor, afirmando que Deus valoriza a aliança do casal acima de formalidades legais, outros defenderam que o casamento civil e religioso garante compromisso público, ordem na comunidade e proteção jurídica, especialmente para mulheres e filhos.
Teólogos também se manifestaram sobre o tema. Especialistas em Direito Eclesiástico explicam que, embora a Bíblia apresente diferentes modelos de união, a formalização do casamento se consolidou na história da Igreja para testemunho público de fidelidade e honra entre os cônjuges. Para eles, abrir mão desse rito pode gerar confusão doutrinária e dificuldades práticas na vida comunitária.
Ainda assim, o discurso de Sandro Rocha toca em um ponto sensível entre líderes evangélicos: a tendência de transformar regras administrativas em condições espirituais. Segundo o pastor, quando a igreja cria exigências além das Escrituras, corre o risco de excluir pessoas que desejam se reconciliar com Deus. Ele concluiu sua pregação afirmando que “o maior interesse de Cristo não é carimbar papéis, mas transformar corações”.