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Sob o Governo Lula, Petrobrás amarga prejuizo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024

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A Petrobras registrou prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre, informou a companhia nesta quinta-feira (8). Esse foi o primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 1,5 bilhão.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa havia reportado lucro de R$ 28,782. Já nos três primeiros meses deste ano, os ganhos foram de R$ 23,7 bilhões.

Os dados divulgados nesta quinta marcam o primeiro balanço financeiro da Petrobras sob o comando de Magda Chambriard. Ela assumiu a presidência da empresa em junho, após a demissão de Jean Paul Prates, em meio a uma polêmica sobre o pagamento de dividendos pela petroleira.

Pouco antes de divulgar os resultados financeiros do segundo trimestre, a estatal também anunciou a aprovação do pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. (leia mais abaixo)

O que justifica o prejuízo?

Segundo a Petrobras, os números negativos foram impactados, principalmente, pela variação cambial do período e pela chamada transação tributária — um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.

Em junho, a companhia aderiu a um processo para encerrar pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal.

“Sem estes eventos exclusivos, o lucro líquido do 2T24 teria alcançado US$ 5,4 bilhões e o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] seria de US$ 12 bilhões, em linha com o trimestre anterior”, afirmou Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, em relatório.

Melgarejo destacou, por outro lado, que a companhia “manteve uma forte geração de caixa no período”, que permitiu realizar US$ 3 bilhões em investimentos e “cumprir com a política de remuneração aos acionistas e pagar dividendos”.

“O resultado líquido do trimestre deve ser analisado à luz de eventos que impactaram o resultado contábil, mas sem impacto relevante no caixa da empresa”, disse Melgarejo.

Ebitda e receita de vendas

Conforme o balanço divulgado nesta quinta, o Ebitda ajustado da companhia totalizou R$ 49,7 bilhões entre abril e junho, uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023.

Na comparação com o primeiro trimestre, houve um recuo de 17%, influenciado por menores margens de diesel e gasolina, além do aumento das importações e de itens não recorrentes — com destaque para os efeitos do acordo de trabalho de 2023 e da adesão à transação tributária.

Segundo a Petrobras, esses efeitos foram parcialmente compensados pelo aumento das receitas com exportações decorrente, principalmente, da valorização do petróleo tipo Brent.

Enquanto isso, a receita de vendas da petroleira somou R$ 122,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 7,4% na comparação anual e avanço de 3,9% em relação ao trimestre anterior.

No mês passado, a empresa havia reportado que sua produção de petróleo no Brasil cresceu 2,6% entre abril e junho em comparação com o mesmo período de 2023, principalmente por conta do avanço operacional de plataformas que entraram em operação ao longo do ano passado.

Dividendos

Com o resultado do segundo trimestre, a empresa também informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.

O valor é equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os recursos serão pagos em duas parcelas, divididas da seguinte forma:

  • a primeira, no valor de R$ 0,52660009 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 21 de novembro de 2024, sendo R$ 0,11384838 sob a forma de dividendos e R$ 0,41275171 sob a forma de juros sobre capital próprio.
  • a segunda, no valor de R$ 0,52660008 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de dezembro de 2024, sob a forma de dividendos.

De acordo com a empresa, para quem tem ações da Petrobras negociadas na bolsa de valores brasileira (B3), a data de corte é dia 21 de agosto de 2024. Já para os detentores de ADRs (American Depositary Receipts), o chamado “record date” é 23 de agosto.

Ainda no caso das ADRs, os pagamentos serão feitos em datas diferentes: a partir de 29 de novembro de 2024 e de 30 de dezembro do mesmo ano.

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