Porto Walter: mesmo isolado por terra no Acre, município saiu do caos para uma cidade bonita e bem administrada

Jorge Natal, especial para o AcreNews

Há 13 anos, caso algum viajante chegasse a Porto Walter, pensaria ter encontrado um local parecido com o inferno. E o motivo não era o isolamento ou o calor. Depois de sucessivas administrações desastrosas, com escândalos de roubos, prisões e todo tipo de desmando, era, sem dúvida, o pior lugar do mundo para se viver. Em meio àquela hecatombe social, a população, de cerca de 11 mil pessoas, vivia olhando para o chão.

Senão vejamos: os prefeitos do Progressistas receberam uma herança maldita; uma administração totalmente endividada. Eram mais de R$ 8 milhões com o INSS, cerca de R$ 3 milhões com a Energisa e quase R$ 500 mil em precatórios, além de nove de 13 itens que deixaram a prefeitura em situação de inadimplência. Havia também dívidas trabalhistas, com prestadores de serviço e fornecedores. Sem contar que a cidade parecia ter sido bombardeada — o mato estava por toda parte e o lixo não era recolhido. Muitos acreditavam que nenhum gestor público conseguiria resolver aquela situação.

Em meio a essas e muitas outras adversidades, o ex-prefeito Zezinho Barbary, hoje deputado federal, transformou o município em uma referência quando o assunto é gestão pública. Os motivos do sucesso foram o planejamento, a organização e a seriedade no tratamento do dinheiro público. No que antes imperava o assistencialismo, hoje são gestões austeras e todo centavo é investido no bem-estar dos munícipes.

Para se chegar a essa nova realidade, foram muitas viagens a Brasília em busca de recursos. Vejam alguns destaques do modo progressista de governar: a modernização da gestão, que está toda informatizada; celeridade no atendimento ao cidadão; investimento maciço na agricultura familiar; inversão de prioridades, ou seja, a saúde e a educação tiveram vez e voz; as aberturas de ramais e da estrada ligando o município ao restante do estado; e o incentivo ao empreendedorismo, com financiamento para negócios. O resultado de tudo é o bem-viver e a autoestima estampados nos rostos dos portowaltenses.

Depois de ser reeleito com quase 70% dos votos e concluir o segundo mandato, o ex-prefeito passou o bastão para o ex-secretário de Saúde, César Andrade, de 46 anos. Após um mandato exitoso, o prefeito se reelegeu com 63% dos votos válidos. “Com toda humildade do mundo, mesmo porque não somos melhores do que ninguém, nossas administrações são destaques na região norte. Fomos o único município a pagar o 14º salário para os educadores, bem como ganhamos inúmeros prêmios em nível nacional”, destacou o prefeito.