RAIMUNDO FERREIRA
Preguiça e mentira seriam fundamentais para não melhorar a vida das pessoas, segundo o colunista Raimundo Ferreira
PREGUIÇA E MENTIRA
Raimundo Ferreira
Uma das razões pelas quais muita gente deixa de realizar inúmeras ações que poderiam melhorar suas vidas — ou mesmo de serem solidários e ajudarem seus semelhantes — é exatamente a combinação entre conversas fantasiosas e Indisposição. Pessoas em condições aparentemente normais tendem a se acomodar em suas zonas de conforto e, a qualquer custo, buscam manter esse status. Assim, passam a produzir compulsivamente justificativas, que podem ser entendidas também como desculpas: às vezes bem elaboradas, outras vezes apenas conversas esfarrapadas.
Essas práticas podem se tornar um vício e transformar indivíduos em verdadeiras fábricas de desculpas e conversas fiadas. Ou seja, para qualquer situação, conseguem encontrar imediatamente uma justificativa para se negar a participar de algo, distorcer fatos ou moldar as circunstâncias de forma mais cômoda, criando versões fantasiosas que lhes convêm naquele momento.
Esses comportamentos podem surgir nos mais diversos ambientes: nos negócios, nas relações sociais, nas atividades de lazer e até no campo da fé. Mesmo para práticas religiosas, alguém pode facilmente encontrar uma justificativa para não realizá-las com a frequência que considera adequada. O que desejamos evidenciar nesta reflexão sobre justificativas, desculpas e indolência é que muitas atividades deixam de ser realizadas — ou têm suas versões originais distorcidas — justamente por conta dessas construções descabidas. E, por isso, muitas vezes não chegamos a saber se aquilo que foi abandonado poderia ter sido importante ou transformador.
Os fenômenos popularmente conhecidos como mentira e preguiça, quando exercidos de forma habitual, podem atuar como verdadeiras travas no desenvolvimento normal da vida das pessoas, mantendo-as presas ao status quo de suas existências. Acreditamos ser de extrema importância, para o bem-estar e a paz de espírito, cultivar a disposição — ou coragem — para realizar em tempo hábil as tarefas do dia a dia, bem como manter firmeza e fidelidade nas atitudes e compromissos assumidos diante das adversidades que exigem nossa intervenção.













