Na audiência pública realizada nesta sexta-feira (11) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), questionou o atual modelo de gestão da Reserva Extrativista Chico Mendes. Segundo ele, a reserva funciona sob uma lógica “socialista” que limita o avanço dos produtores rurais e mantém as famílias em situação de pobreza.
“A pergunta é: quem invadiu quem? Foi a reserva que invadiu os produtores ou os produtores que invadiram? A história mostra que as florestas da Amazônia já eram habitadas antes da criação das reservas. Com a Resex, tiraram a autonomia das pessoas e impuseram regras que não condizem com a vocação das terras e das famílias que vivem ali”, disse Veronez.
O presidente da Faeac criticou o extrativismo como modelo econômico viável, afirmando que “só produziu pobreza e miséria”. Ele lembrou que muitas áreas dentro da reserva foram desapropriadas e até hoje há proprietários que não foram indenizados. “Agora o Estado fecha os olhos para isso e usa o populismo ambiental para achacar os produtores”, completou.
Assuero também pediu a revisão do Código Florestal e cobrou uma atuação firme do Congresso Nacional. Para ele, o atual impasse só será resolvido com mudanças legais que reconheçam a realidade socioeconômica dos moradores da floresta. “Sem isso, vamos continuar vendo operações truculentas como a do ICMBio, que apenas aprofundam o sofrimento de quem vive da terra”, afirmou, ao citar a Operação Suçuarana, realizada em junho.
Posicionamento
A fala do presidente da Faeac reforça o posicionamento da entidade, que no mês passado publicou uma nota denunciando que as políticas ambientais priorizam a floresta em detrimento das pessoas. “Manter esse modelo em que mais floresta significa mais pobreza é condenar essa gente à miséria”, concluiu.
Por Diário do Acre