RAIMUNDO FERREIRA
Professor Raimundo faz importante alerta em sua coluna sobre o ‘desaparecimento’ de nossa madeira ao flagrar transporte de toras em Rio Branco
RETIRADA DE MADEIRA
A imagem retrata a retirada de madeira da floresta amazônica. A localidade é o centro da capital do Acre, Rio Branco, na rua Rio de Janeiro. Podemos observar algumas pequenas manchas brancas no corte das toras — não muito nítidas — que provavelmente indicam a marcação de um número ou código, identificando a autorização e/ou licenciamento da madeira.
De fato, para que essa madeira esteja transitando pela cidade, algum documento deve estar formalizando seu transporte. Nesse ponto, quem conhece essa região há muitos anos consegue perceber com clareza a real situação da floresta, sobretudo no que diz respeito à riqueza outrora abundante em madeiras de lei e outras espécies menos nobres. Hoje, infelizmente, é possível constatar o quanto esses recursos foram saqueados.
Por mais incrível que pareça, os modus operandi continuam os mesmos: os madeireiros sempre alegam que a extração está sendo feita de forma legalizada, com documentação que supostamente autoriza a atividade. No entanto, os crimes ambientais ocorreram — e continuam ocorrendo — sempre com a justificativa da legalidade.
O problema é que a população comum tem grande dificuldade em compreender e acompanhar esses trâmites, o que favorece a repetição dessas práticas. Sem que percebamos a complexidade dessa trama, as riquezas naturais vão desaparecendo e a região amazônica vai sendo ludibriada por arranjos burocráticos de má fé e sucumbindo aos interesses de oportunistas.