RAIMUNDO FERREIRA
Professor Raimundo Ferreira escreve na edição de hoje sobre o “Pós-tragédia no Acre”
PÓS TRAGÉDIA NO ACRE
O velho adágio popular prever e afirma que depois da tempestade vem a bonança, no caso da tragédia no Acre, por conta das águas que inundaram as terras baixas, ou melhor, invadiram as várzeas do Rio Acre, o ditado adquire significado diferente, ou seja, depois da alagação vem a lama, o mal cheiro, as doenças tropicais, a maioria causada pela infestação de mosquitos transmissores, que se reproduzem aos milhões nos locais encharcados por onde a água vai baixando, e a contagem dos prejuízos, especialmente dos pequenos agricultores/produtores que residem em áreas atingidas pela alagação, e ainda as acomodações nas moradias, que poderiam ser realizadas já para locais onde não viessem a serem atingidas nas faturas enchentes. Mas a verdade é que, a maioria das pessoas vão fazer a limpeza e se acomodar no mesmo local e infelizmente, esperar a nova tragédia, certamente no início de 2025. Estes são os acontecimentos, e estas são as rotinas da população acreana que atualmente estão se expondo nos mesmos locais aos perigos e administrando os efeitos das águas de março. A realidade nua e crua é que, os governantes não têm as alternativas prontas para deslocar toda população com suas moradias e negócios para as terras mais altas e seguras, e diante dessa, digamos falência, as enchentes que surgem a cada ano vêm causando uma verdadeira tragédia e a graciosidade do problema e a falta de prevenção e providências que já deveriam ter sido tomadas, impede sobre maneira, a atuação imediato do poder público, que se encontra sem solução para resolver o transtorno anual anunciado. Em síntese, quem reside no Acre, especialmente na capital Rio Branco e tem suas moradias e negócios, na grande parte da cidade considerada área de risco, ou terão que sofrer e administrar todo ano esse transtorno da alagação, ou deverão largar tudo e se tiver recursos, comprar um terreno onde não alaga e começar tudo do zero.