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Projeto Cidadão realiza casamento de 35 casais no último sábado na Vila Santa Luzia, perto de Cruzeiro do Sul
A comunidade Santa Luzia, localizada aproximadamente 40 quilômetros do centro de Cruzeiro do Sul, neste sábado, 22, sediou a oficialização do enlace para trinta e cinco casais durante o casamento coletivo promovido pelo Projeto Cidadão, do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC). A ação fez parte da programação do projeto “MP na Comunidade”, do Ministério Público do Acre (MPAC).
A celebrante, juíza de Direito Titular da Vara de Proteção à Mulher e de Execuções Penais da Comarca de Cruzeiro do Sul, Marilene Zhu, falou da alegria pela experiência de celebrar pela primeira vez um casamento coletivo. “Foi com muita alegria que eu celebrei este casamento coletivo. Esse evento é um refrigério para a minha atuação judicial, que é a persecução penal da violência contra a mulher. Oxalá eu pudesse me deparar com a celebração do amor, da harmonia e do pleno direito das mulheres, como eu vi aqui hoje. Me sinto muito feliz e honrada de ter participado”.
A magistrada deu palavras de incentivo as noivas e aos noivos, da mesma maneira comentou sobre a importância em promover cidadania e a importância da consciência e do respeito no núcleo familiar no que se refere a violência doméstica.
“Não pude perder a oportunidade de dar uma palavra de prevenção sobre a violência doméstica durante a conscientização sobre os deveres do matrimônio. Eu fiz uma exortação aos noivos, claro que com muito cuidado, mas fiquei muito feliz em participar desse evento. Me coloco sempre à disposição para outras oportunidades. Agradeço muito ao Poder Judiciário do Acre que me conferiu essa oportunidade e também ao Ministério Público do Acre”.
O Casamento Coletivo reforça o papel social do Poder Judiciário em promover a cidadania. Muitos casais têm a vontade de celebrar esse vínculo público de união perante o Estado de Direito, mas não tem oportunidade. O casamento comunitário, com certeza, é uma grande celebração da cidadania para essas pessoas.
Um dos primeiros noivos a chegar foi o casal José Lucas, 22 anos, e Ingrid Souza, 17 anos, estão juntos há quase três meses. O noivo destacou que a oportunidade oferecida pelo Projeto Cidadão é muito importante pois favorece as pessoas que não têm condições de pagar a taxa.
Ingrid relata que a oportunidade é muito boa, pois o valor que seria gasto com as taxas podem investir na edificação do lar. “Muito bom. Porque é de graça e o dinheiro que a gente investiria na taxa do casamento já investe em outra coisa, tipo, na construção da casa”.
No casamento coletivo, já virou tradição dois casais ganharem local de destaque em frente a juíza ou juiz celebrante. Eles representam o casal mais jovem e mais experiente entre as noivas e noivos. Na Vila Santa Luzia, o casal mais jovem foi representado pelo Patric Rocha da Silva (25 anos) e Artemiza Anjos de Almeida (16 anos). Já o casal mais experiente foi representado pelo senhor José Iraldo Souza Lima (46 anos) e a senhora Juraci Simão Barbosa Ibernon (71 anos).
Palestra de conscientização
Ainda na ação do MP na Comunidade, a magistrada Marilene Zhu, que é membro da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), proferiu uma palestra voltada ao público feminino, sobre conscientização a respeito aos tipos de violência doméstica e familiar. Com um público de aproximadamente cinquenta pessoas, a juíza falou sobre a relevância desse tipo de atividade e proximidade do Poder Judiciário com a comunidade, para que as mulheres saibam enfrentar e propagar essas informações.
“Nós temos, por meio do Poder Judiciário, esse dever de conscientizar todas as mulheres acerca do que é a violência doméstica, para que ela fique ciente quando ela se deparar com ações e comportamentos que vulnerem seus direitos, para que ela saiba como agir, quais os canais de atendimento procurar. Então, eu trouxe esse esclarecimento para as mulheres da Comunidade Santa Luzia, para que elas saibam que podem contar com o Poder Judiciário, podem contar com as demais instituições para protegerem e assegurarem seus direitos. As mulheres têm que estar esclarecidas até mesmo para enfrentar essa violência e também para serem multiplicadoras dentro de seus lares, mesmo que elas não estejam sofrendo violência, elas podem multiplicar esse conhecimento, a fim de prevenir e também combater a violência doméstica”.