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Queimadas ameaçam o Parna da Serra do Divisor, e ICMBio não tem brigadistas
Dos varadouros de Rio Branco
Uma grande quantidade de queimadas ocorreu neste fim de semana dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor, no município de Mâncio Lima, a 659 quilômetros de Rio Branco. Relatos obtidos pela equipe do Varadouro dão conta de que em alguns pontos as chamas teriam saído dos roçados e adentrado a mata. Os moradores estão preocupados e tentam acionar o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para combater o fogo.
O problema é que, conforme o relato de uma das lideranças da região, o órgão federal não dispõe de uma equipe de brigadistas em sua estrutura no Vale do Juruá. Aliás, toda a estrutura do ICMBio na região já é precária. Apenas um servidor da casa é o chefe das três UCs federais do Juruá: além do Parna da Serra do Divisor, a Reserva Extrativista Alto Juruá e a Resex Riozinho da Liberdade. Juntas, as três áreas chegam a quase dois milhões de hectares.
Uma das opções do ICMBio é accionar o comando do Corpo de Bombeiros em Cruzeiro do Sul, a 27 quilômetros dali. Mas há outro entrave: a instituição também já está sobrecarregada apagando os focos de queimada na zona rural dos municípios do Vale do Juruá. Além disso, para se chegar ao parque é quase um dia inteiro de viagem subindo o rio Moa.
Assim como o restante da Amazônia, o Vale do Juruá é intensamente impactado pela seca extrema que atinge o Acre desde meados de junho. A falta de chuvas e as temperaturas altas colaboraram para a propagação do fogo – inclusive dentro da floresta.
Segundo dados do Programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Parque Nacional da Serra do Divisor é a terceira unidade de conservaação federal do Acre com mais registro de focos de queimadas, com 30 pontos até o último dia 29. Neste sábado,o site do BD Queimadas encontra-se fora do ar.
Três das quatro UCs com mais registros de fogo em 2024 no Acre estão no Vale do Juruá. Em primeiro lugar está a Resex Chico Mendes (85 FF), seguida por sua irmã do Alto Juruá (33 F) e o Riozinho da Liberdade (28 F)
A possibilidade de um incêndio florestal no Parna da Serra do Divisor seria um grande desastre ambiental para Amazônia. A região possui uma das maiores concentrações de biodiversidade do planeta, com espécies que só existem lá.