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Admirável mundo novo

Redes Sociais e um sistema de inteligência artificial que se alimenta do volume de informações que produzimos e compartilhamos

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Normalmente as duas ferramentas do Instagram – Reels e stories receberam versões similares de redes sociais concorrentes, assim como o próprio Tik Tok combina dispositivos e periféricos que seguem o mesmo funcionamento. Mas a pergunta que nos vem a mente: seria todo este processo natural? Aqui talvez resida o ponto nodal deste tópico. O efeito do processo de aceleração da sociedade, da informação e da comunicação não acontece por conta própria do interesse do ser humano em querer produzir conteúdo como nunca antes visto na história do mundo. Desde 2010 sistemas de machine Learning são mais densamente utilizados em redes sociais – a partir das informações alimentadas nestas redes sociais por centenas de milhões de pessoas, estes dispositivos se aprimoram cada vez mais, controlando dados, armazenando e produzindo padrões e filtrando interesses não apenas para sugerir a passagem mais barata para você, ou o tênis na promoção, ou o hotel mais barato para suas férias. Essa questão é tão séria que por causa de dados e por sugestões de funcionários do Facebook de que a inteligência artificial por trás da rede social teria tomado ações por conta própria a partir dos dados das pessoas com contas ativas na rede social Mark Zukemberg foi levado a prestar satisfações no Senado Americano.

Mas qual a preocupação de fato tão grave neste ocorrido e o que ele nos revela? Nos revela um campo não regulado de incertezas jurídicas e reflexos ainda não calculáveis. Por limites do campo científico aqui explorado, no caso o jurídico, façamos o seguinte raciocínio, existindo três etapas do processo de desenvolvimento da inteligência artificial, sendo um primeiro todo coordenado pelo homem, um segundo coordenado pelo homem, monitorado mas já com ações diretas da máquina e cada vez mais aprimorada na medida que ela é treinada (machine Learning), e por fim, uma última fase em que a máquina assume propriedades independentes e vive de uma fome interminável de dados e milhares, milhões de conexões a partir dos dados alimentados administrados independentemente pela máquina de aprendizagem na Deep Learning). A preocupação que recai sobre esta última fase do processo de inteligência artificial é que ela assume contornos independentes da participação do ser humano, e se não controlamos, não podemos parar suas ações, muito menos amenizar eventuais impactos negativos de suas ações

Acontece que a emergência e a ansiedade do tempo provocada e apresentada no volume de informações das redes sociais pode normalmente já está sendo um processo autônomo de uma deep Learning. A inteligência artificial na fase do Deep Learning se alimenta exclusivamente de dados fornecidos em uma rede social por milhões de pessoas diariamente, e na medida que ela é alimentada, sua fome aumenta exponencialmente, e a própria inteligência artificial neste estado cria mecanismos para acelerar o processo de produção de informação sugerindo processos e ações nas redes sociais das pessoas, ou seja, ela pode normalmente estar produzindo seu próprio alimento e aumentando sua capacidade de autonomia, previsibilidade e independência cada vez mais, colocando milhões de pessoas com seus dados, suas preferências, dados médicos e clínicos, preferências ideológicas e religiosas, enfim, redes de amigos e familiares, uma infinidade inesgotável de dados que aumentam a interconexão destes sistemas e os automatizam cada vez mais e não sabemos ao certo como esses dados podem ser utilizados, pois eles se tornaram no mundo contemporâneo alimento e insumo que sem percebermos disponibilizamos gratuitamente.

Isaac Ronaltti
Doutorando em Direito pela Universidade de Coimbra – Portugal; Mestre em Direito Público pela UNISINOS (CAPES 06); Graduado em História pela Universidade Federal de Rondônia (2003-2006) Bacharel em Direito pela União Educacional do Norte (2009-2014). Aprovado no XII Exame Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil. Especialista em Didática e Docência no Ensino Superior pela UNINORTE – União Educacional do Norte (2007-2008). Especialista em Processo Civil e Direito Civil pela União Educacional do Norte (2013 – 2014); Especialista em Direito Penal pela Damásio de Jesus (2017-2018); Especialista em Direito Notarial pela Damásio de Jesus (2017-2019).

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