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Redução da jornada 6 x 1 entra em debate pelo Acre afora e líderes de Fieac e Acisa expõem suas opiniões

Publicado

em

Evandro Cordeiro

A redução da jornada semanal de trabalho, proposta pela deputada federal Érika Hílton (PSOL-SP), pautou o Brasil nos últimos quatro dias. Maioria da classe trabalhadora ficou imediatamente empolgada com a ideia e grande parte do Congresso foi junto, afinal diminuir o tempo de serviço, garantindo três dias de folga semanal, contra quatro trabalhados sempre esteve no inconsciente coletivo. Por si só o assunto é sedutor.
Sem exceção, a bancada federal acreana também pegou carona na proposta da deputada paulista, mesmo sendo ela da extrema-esquerda. Aqui no Acre a ideia ganhou corpo nas rodas de conversas e chegou até onde tem opinião de gente importante para o mercado, a Federação da Indústria e a Associação Comercial.
O presidente da Federação da Indústria, José Adriano, que inclusive vai assumir uma cadeira na Câmara Federal, em Brasília, em janeiro, substituindo Gerlen Diniz (PP), eleito prefeito de Sena Madureira, deixa claro seu posicionamento, tendencioso a ficar no meio termo: dar dois dias de folga contra cinco trabalhados. Na Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa), o presidente Marcello Moura, presidente de um dos maiores conglomerados de empresas do Estado, o Grupo Recol, é um tanto mais firme contra a proposta. Para ele, as empresas não suportarão uma redução drástica da jornada semanal. “Criará um ambiente hostil”, opina.

A seguir, o que pensam, por enquanto, mais detalhadamente, os dois líderes das organizações patronais que geram empregos no Acre:

Marcello Moura, presidente da Associação Comercial: “O fim da jornada 6×1 será a porta aberta para a jornada 4×3 que trará 3 folgas semanais.
Essa mudança cria um ambiente hostil para as empresas, com expectativa de redução de vendas e aumento do custo com folha de pagamentos.
As empresas não suportarão essa mudança sem demitir parte dos funcionários, então quem acaba perdendo mais são os trabalhadores, que apoiam a ideia de uma melhor qualidade de vida, mas não contabilizam que esse benefício não poderá ser suportado elo empresário.
Jogaram uma casca de banana no congresso e toda a bancada federal apoiou a pec por medo de cancelamento da população, acredito eu. Se pretendemos ter melhor condição de trabalho, precisamos encontrar uma forma de reduzir o custo da folha de pagamentos, que chega a 55% do valor base, isso sim pode criar um ambiente para melhorar a vida do trabalhador. Atacar o empregador nunca será uma forma eficaz”.

José Adriano, presidente da Federação da Indústria: “Então, caso o debate vá adiante, minha posição é concordar até a limitação 5×2, que já é praticado atualmente em grande número de empresas.
Sou a favor do diálogo, porque vejo a necessidade de reavaliar a carga horário de alguns setores como o do comércio e do serviço.
Mas tenho consciência que a discussão precisa ir além disso, incluindo a participação do governo federal, pra suportar os reflexos da mudança.
Não é uma matéria simples.
Temos a automatização batendo a porta, e não vejo o governo federal buscando alternativas para o acolhimento dessa mão de obra que será excluída do mercado, por falta de treinamento para se adaptar as profissões do futuro, por exemplo”.

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