GERAL
Relatório de Transparência Salarial revela que mulheres no Acre ganham 18,3% a menos que homens
O 1º Relatório de Transparência Salarial divulgado nesta segunda-feira, 25 de março, revelam que as mulheres acreanas recebem 18,3% menos do que os homens. A revelação, apresentada pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), é um marco no país, sendo o primeiro relatório a trazer um recorte de gênero tão detalhado.
O documento compilou dados fornecidos por 104 empresas acreanas, todas com 100 ou mais funcionários, conforme exigido pela Lei nº 14.611, que trata da Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens. As empresas, juntas, empregam 33,5 mil pessoas. Entre os dados alarmantes, destaca-se que em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença salarial chega a 35,6%.
Além de revelar a disparidade salarial, o relatório também analisou a presença de políticas de incentivo à equidade de gênero nas empresas. No Acre, apenas 43,8% das empresas possuem planos de cargos e salários, enquanto 31,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência. Ainda assim, apenas 10,4% possuem políticas de apoio à contratação de mulheres e 14,6% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
A situação não é exclusiva do Acre. A nível nacional, o relatório revela que as mulheres no Brasil ganham 19,4% menos que os homens. Com quase 100% das empresas com 100 ou mais funcionários respondendo ao questionário, a disparidade salarial é evidente em todo o país. Em cargos de dirigentes e gerentes, essa diferença chega a 25,2%.
O recorte por raça também traz à tona desigualdades gritantes. As mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, uma diferença de 49,7%.