POLÍCIA
Réu por homicídio de indígena é executado antes de julgamento no Acre
O assassinato de Izaqueu Souza Oliveira, um dos réus acusados pela morte do indígena Ribamar Kaxinawá, virou um mistério para a Polícia Civil de Feijó. A principal linha de investigação aponta para uma possível queima de arquivo, já que o réu foi morto na véspera do julgamento em que seria interrogado.
Izaqueu respondia ao processo em liberdade e deveria participar por videoconferência da sessão do Tribunal do Júri, realizada nos dias 1º e 2 de setembro, na 1ª Vara do Júri em Rio Branco. O julgamento foi transferido da comarca de Feijó para a capital após pedido de desaforamento. Seu depoimento era considerado essencial para esclarecer pontos do crime e revelar o possível envolvimento de outros integrantes da organização criminosa.
No dia 1º, data marcada para o início do julgamento, a polícia foi informada sobre o desaparecimento de Izaqueu. Vinte e quatro horas depois, seu corpo foi encontrado em uma cova rasa, próxima a um igarapé no bairro Vitória, em Feijó. O cadáver apresentava diversas perfurações de faca e sinais de decapitação. A suspeita é de que ele tenha sido executado ainda na noite de domingo, 31 de agosto.
Apesar da morte, o julgamento dos onze acusados pela morte de Ribamar Kaxinawá seguiu normalmente. Izaqueu foi condenado postumamente a mais de 34 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menores e participação em organização criminosa.
Dos demais réus, cinco foram condenados por homicídio, corrupção de menores e organização criminosa. Os outros cinco receberam penas por corrupção de menores e associação criminosa.
A Polícia Civil segue investigando o assassinato de Izaqueu. A principal hipótese é que ele tenha sido silenciado para evitar revelações durante o julgamento que poderiam comprometer outros envolvidos no crime.